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Sessão da manhã

Salão do Automóvel de 1992: como era o mundo automotivo 25 anos atrás?

Já faz quase trinta anos que é possível comprar um carro importado no Brasil e, da década de 1990 para cá, muita coisa mudou. Falamos disso algumas vezes, quando carros como o Renault Clio e o Chevrolet Classic, cujos projetos originais datam daquela época, saíram de linha. O mundo automotivo era bem diferente.

Como você deve saber, em 1990 o então presidente Fernando Collor de Mello assinou o decreto que liberava a entrada de automóveis produzidos em outros países em território nacional.

Por isso, no Salão do Automóvel daquele ano, muitas fabricantes estrangeiras trouxeram carros para “sondar” o interesse do público – Mercedes-Benz, Audi, BMW, Volvo e Saab, como mostra esta reportagem do Jornal Nacional, queriam saber exatamente quais carros o brasileiro se interessava em comprar. Na edição seguinte do evento, realizada dois anos depois, a coisas ficaram ainda mais interessantes.

Para ilustrar o que estamos dizendo, topamos com este vídeo feito durante do Salão do Automóvel de 1992, em São Paulo. Nostálgico, para dizer o mínimo.

Compare as imagens do primeiro vídeo com as imagens do segundo: em 1990, apenas alguns gatos pingados importados e muito mais espaço livre. Em 1992, muito mais carros vindos de fora competiam com os nacionais pela atenção do público. Era como se uma nova era estivesse se iniciando.

No vídeo, editado pelo usuário do YouTube Flavio Braz, temos um retrato do que eram o mercado brasileiro e a indústria automotiva mundial naquela época. Ao lado de alguns carros que foram trazidos para gerar buzz, como o Honda NSX, havia modelos que realmente chegariam às ruas de forma oficial, como o Mazda MX-5, o BMW 325i E36, o Mitsubishi Pajero e o Suzuki Swift GTi

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Note também como alguns lançamentos nacionais importantes foram apresentados naquele ano, como o Kadett conversível (aqui ainda chamado de GS), e o Chevrolet Omega e a nova geração do Ford Escort, na versão XR3 conversível. A indústria automotiva brasileira estava correndo para se modernizar, pois a chegada dos importados tornava evidente o quanto nossa frota estava ultrapassada.

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Ainda podemos ver o estande da Gurgel, com lançamentos como o Supermini (que foi a última cartada da fabricante brasileira) e o conceito Supercross, que era um Supermini mais longo, com traseira vertical, suspensão elevada e para-lamas alargados – um prenúncio dos “aventureiros” que inundariam as ruas anos mais tarde.

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O vídeo também é uma boa oportunidade para que a gente veja como as coisas eram diferentes culturalmente. O evento era a oportunidade para que os brasileiros se atualizassem quanto às novidades do mercado.

Não havia revistas gringas nas bancas — era preciso encomendar, elas custavam dez vezes o preço de uma revista brasileira e levavam de um a dois meses para chegar. Não havia sites na internet e nem internet: ela só chegaria às casas brasileiras em 1995. Os programas automotivos na TV ainda não haviam se tornado algo corriqueiro, e os entusiastas jamais poderiam imaginar que, vinte anos depois, existiriam canais dedicados exclusivamente aos carros na TV por assinatura.

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Eclipse: futuro “carro de jogador de futebol” em 1992

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O Lada Niva que participou do Paris-Dakar, chamando a atenção no estande da fabricante russa

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Mercedes 600 SL, com motor V12 M120: o ápice do luxo no início da década de 1990

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Mercedes Gelandewagen 300GE: alternativa germânica ao Lada Niva

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Apostamos que você consegue adivinhar que carro é este. Não está tão difícil quanto parece!

O mais interessante é que, ao ver outros vídeos do Salão na década de 1990 – como a reportagem feita por Otávio Mesquita em 1994, abaixo – nota-se que a avalanche de lançamentos importados continuou. Em 1994, vemos Eduardo Souza Ramos, presidente da Mitsubishi, falando que o Eclipse é um sucesso e mencionando orgulhoso a velocidade máxima do Lancer GTI turbo.

Vemos também Leonardo Senna, irmão mais novo de Ayrton, apresentando os lançamentos da Audi – o A8 (que já estava encomendado por Fausto Silva) e a RS2 Avant.

As coisas mudam, não?