Há 16 anos, no distante ano 2000, uma preparadora americana famosa por seus Mustang modificados decidiu surpreender o mundo com um supercarro capaz de encarar o que havia de melhor na Europa na época. Seu nome era Saleen S7 e, embora não fosse muito bonito, ele se tornou um dos carros mais rápidos do planeta: com seu V8 Ford aspirado de sete litros ele chegava aos 100 km/h na casa dos 3 segundos e passava dos 350 km/h em sua versão aspirada de 550 cv. Depois veio uma variação biturbo com 760 cv que chegou na porta dos 400 km/h e acelerava de zero a 100 km/h em 2,8 segundos.
Então o tempo passou e, sem o mesmo apelo e tecnologia dos europeus, ele acabou ficando para trás de supercarros como o Pagani Zonda, o Koenigsegg CCX e o todo-poderoso Bugatti Veyron. Em 2009 o S7 foi descontinuado e a Saleen voltou a preparar Mustangs (e outros muscle cars) como sempre.
Mas agora ele está de volta: a preparadora-fabricante americana irá construir sete exemplares do Saleen S7 LM e tentará vendê-los em um universo dominado por supercarros e hipercarros modernos. Para isso a Saleen irá apostar em números, mais precisamente 1.000 cv — afinal, como dizia Carroll Shelby, não dá para ganhar uma manchete com menos que isso.
O modelo será inspirado nos S7 Twin Turbo, produzidos entre 2005 e 2009. Ele continuará usando o V8 7.0 da Ford sobrealimentado por dois turbos, mas em vez de 760 cv, a Saleen irá extrair mais 240 cv do motor — o que não é uma tarefa muito complicada se você considerar que o S7 Twin Turbo de 760 cv trabalha com apenas 0,4 bar de pressão. Com componentes reforçados e um gerenciamento mais moderno e desenvolvido a Saleen não deverá ter muita dificuldade para chegar ao número mágico.
Cada um dos sete exemplares será customizado com inspiração nos modelos de corrida da Saleen, o S7R, que disputou provas da American Le Mans por sete anos, entre 2000 e 2007 (daí o número de exemplares), com pintura, rodas e acabamento únicos. A marca não falou em valores, mas estima-se que cada um será oferecido por US$ 1 milhão.
É sempre bom ver um ícone do passado de volta à ativa, mas neste caso estamos um tanto céticos quanto ao sucesso e até mesmo a concretização deste retorno do S7. Primeiro porque não parece haver demanda para um supercarro de 16 anos sem muito carisma e glamour — especialmente em tempos de Lykan e outras marcas excêntricas que são a cara do Oriente Médio. Depois, a Saleen andou em dificuldades nos últimos sete anos, com direito a uma divisão na marca, dívidas milionárias e processos judiciais.
A notícia é animadora, mas o cenário não parece muito favorável. O que você acha de tudo isso?