Desde que a Shelby é a Shelby, ela pega o Ford Mustang e o transforma em um muscle car ainda mais nervoso e desejável (na verdade isso acontece desde 1965, quando Carroll Shelby criou o GT350, mas você entendeu a licença poética, não?).
Hoje, 50 anos depois, a companhia criada pelo texano apresentou seu mais novo pacote para o ‘Stang mais moderno em décadas: o Shelby GT.
O nome simples e direto reflete o soco na cara que é a receita: pegue um Mustang GT, coloque um compressor mecânico no topo de seu V8 de cinco litros e o que você tem é um muscle car com quase 200 cv a mais. Complete com adesivos estilosos, uma nova grade, belas rodas Weld e um novo kit aerodinâmico de fibra de carbono. Voilà, Shelby GT.
A Shelby diz que este é o primeiro muscle car “global” da história, e talvez tenha sido por isso que, em vez de usar como palco o Salão de Detroit, que acontece no berço da indústria automotiva americana, a companhia decidiu apresentar seu novo modelo em um lugar mais… globalizado — o leilão da Barrett-Jackson em Scottsdale, Arizona, que aconteceu entre os dias 10 e 18 de janeiro e arrecadou mais de US$ 130 milhões, ou quase R$ 345 milhõs em seu melhor sucedido evento da história.
Era, de fato, o lugar perfeito — até porque o primeiro Ford GT350 2016 de todos foi arrematado por US$ 1 milhão (R$ 2,65 milhões) e todo o lucro foi revertido para uma associação de pesquisa sobre o diabetes juvenil.
Mas vamos voltar ao lançamento. Como de costume, o Shelby GT começa a vida como um Ford Mustang GT 100% original que é enviado para o QG da Shelby em Las Vegas para receber a transformação.
Boa parte dos componentes mecânicos é fornecida pela Ford Racing, e inclui trambulador de curso reduzido; novos amortecedores e molas, mais firmes; sistema de escape redimensionado da Borla (com ponteiras ovais da Shelby) e até novos semi-eixos.
Tudo isto e, claro, o compressor mecânico Roots que é responsável pelo aumento de força: de 441 cv para 635 cv. Ainda não foram especificadas as rotações ou o aumento do torque ou dados de desempenho, mas estes deverão ser revelados em breve. A transmissão pode ser manual ou automática, ambas de seis marchas, e a relação final de diferencial agora é de 3,73:1.
As modificações na carroceria, porém, foram todas projetadas e fabricadas pela própria Shelby. E não foram poucas: o novo splitter frontal, a tampa do porta-malas, o aerofólio e as soleiras das portas são feitos de fibra de carbono, bem como o novo capô com entradas de ar funcionais. A Shelby até oferece a opção de eliminar a pintura do capô e deixar a fibra de carbono exposta, o que definitivamente não é uma ideia ruim, especialmente.
As mudanças incluem, ainda, uma nova grade feita de alumínio billet, faixas decorativas, novas rodas de 9,5×20 pol na dianteira e 10,5×20 pol na traseira e desenho exclusivo, calçadas com pneus de medidas 275/35 na dianteira e 305/30 na traseira. Abrigados sob elas ficam os novos freios da Wilwood com pinças de seis pistões na dianteira.
Por dentro, o carro ganhou um quadro de instrumentos adicional sobre o painel, com três manômetros adicionais e carcaça de fibra de carbono, além de encostos de cabeça personalizados com o logo Shelby, novos tapetes e soleiras das portas.
A Shelby já está aceitando encomendas e a previsão para o início das entregas é o início do segundo trimestre de 2015. Você pode levar seu próprio Mustang até lá para conversão ou deixar todo o trabalho com a Shelby, que entrará em contato com a Ford para receber o Mustang e incluí-lo no preço final.
E quanto ele custa? US$ 39.995, o que dá pouco mais de R$ 106 mil em conversão direta — sem incluir o preço do Mustang GT, que adiciona mais US$ 32.300 (R$ 85 mil, sem impostos) à conta. No total, são pelo menos US$ 72.995, ou cerca de R$ 194 mil. Para efeito de comparação, o Challenger Hellcat — que vem de fábrica com 717 cv, parte de US$ 60.990 (por volta de R$ 161 mil).