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Car Culture WTF?

Sim, algum maluco colocou um motor Honda K20 turbo em um Porsche 911 clássico

Já mostramos muitos carros diferentes equipados com o motor do Porsche 911 aqui no FlatOut. Quer dizer, a maioria eram modelos da Volkswagen, mas você entendeu. Também já falamos sobre como o Porsche 911 se dá bem com motores V8, apesar de muita gente considerar tal transplante uma heresia.

De fato, fica difícil imaginar um motor melhor do que um boxer de seis cilindros para um Porsche 911. De qualquer forma, existe quem queria algo mais ousado. Algo como um Porsche 911 clássico com um motor Honda K20. Com turbo!

O primeiro contato do mundo com este projeto foi através de um post na fanpage da Hoonigan Garage em junho de 2015:

“Lembram daquele 911 com motor K do qual a gente estava comentando? Está acontecendo! Sim ou não?”

As reações da comunidade entusiasta, naturalmente, foram variadas. Houve quem elogiasse a ousadia e a opção pelo turbo, houve quem dissesse que poderia ser pior, e houve quem repudiasse totalmente a ideia. E todas as reações são compreensíveis: a gente também admira a coragem do cara, também acha que poderia ser pior, mas também consegue enxergar a heresia nisto tudo. Saber que tem um quatro-cilindros em linha debaixo da tampa traseira torna tudo meio esquisito.

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De lá para cá, o projeto avançou bastante e está praticamente concluído. Agora, um vídeo a seu respeito foi publicado, e dá para ter uma noção melhor de como o 911 K20 está.

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O carro pertence a um cara chamado Scotty Girondo, que mora na Pensilvânia e aparentemente só é um cara normal que curte projetos insanos. Quem não é, afinal? O canal do Youtube Because Daddy, especializado em mostrar projetos como este, foi dar uma olhada de perto no carro, que foi batizado como “The Unicorn”. É provável que este seja o único Porsche 911 com motor K20 em todo o planeta, o que de certa forma justifica o nome escolhido.

Girondo conta que o motor é um K20A2, do mesmo tipo utilizado no Honda Civic Type R de segunda geração vendido na Europa, no Acura RSX vendido nos EUA e no Integra Type R vendido na Austrália e na Nova Zelêndia. Com comando variável VTEC tanto nas válvulas de admissão quanto nas de escape, o K20A2 desenvolve originalmente 200 cv a 7.400 rpm e 19,6 mkgf de torque a 6.000 rpm, com corte de giro às 8.250 rpm. Como comentamos neste post, é um excelente motor para um esportivo de tração dianteira. Para um Porsche 911 fabricado em 1982, com para-lamas alargados e tudo, nem tanto.

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Para resolver este problema, Scott decidiu pela solução óbvia: turbinar o bicho. Agora, o K20 respira com a ajuda de um turbocompressor Garrett GTX3076. Além disso, tem taxa de compressão de 10,5:1 e comandos de válvulas Skunk2 Stage 3. O motor ainda precisa ser acertado e não há números de potência e torque. Ainda.

Scott precisou fabricar os suportes para colocar um quatro-cilindros em linha no 911. Além disso, por ser mais longo e, principalmente, mais alto que o flat-six arrefecido a ar original, o K20 foi deslocado para a frente – caso contrário, não seria possível fechar a tampa do cofre. Com isto, o radiador agora fica sob o vidro traseiro, e recebe ar através de um duto. Scott diz que esta foi a solução mais simples que encontrou, mas que ainda não testou sua eficiência. Caso não dê certo, ele terá que colocar um radiador extra.

O fato de ser mais alto também pode prejudicar o comportamento dinâmico do carro, visto que eleva o centro de gravidade e aumenta a transferência lateral de peso. Claro, a suspensão agora é do Porsche 911 GT3 na dianteira e a bitola traseira larga deve ajudar a equilibrar as coisas, mas Scott ainda não está se preocupando com isto: ainda é preciso colocar tudo para funcionar direitinho e fazer todos os acertos necessários.

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Dito isto, o projeto já está quase finalizado. O interior, praticamente pronto, tem apoios de metal para os pés (como nos carros de corrida), bancos concha Bride e acabamentos do painel e das portas feitos sob medida. As rodas são HRE, e abrigam os freios do Porsche Cayman 2008.

A real é que esteticamente, o carro agrada bastante, com modificações de bom gosto e inspiração clássica. É ao abrir o cofre que a discórdia se instala. Repetimos: é bem estranho olhar o compartimento do motor de um Porsche 911 e encontrar um quatro-cilindros japonês com turbo e arrefecimento líquido. Parece um erro na Matrix. Não somos xiitas, nem radicais, mas este é um swap que a gente provavelmente jamais planejaria, mas você sabe… às vezes tem um motor sobrando aqui, um carro baratinho ali. Não vamos julgar alguém que resolveu juntar tudo para ver o que acontece.

Vai ser interessante vê-lo pronto e acelerando, contudo. Quando isto acontecer, você vai ficar sabendo por aqui!