Carros com motores na posição traseira foram relativamente comuns nas décadas de 50 e 60. Alpine A108, conhecido por aqui como Willys Interlagos, Corvair, Fiat 500 e 600, Puma, Karmann Ghia e, claro, o grande ícone Fusca. Mas se há uma marca que dominou a arte do aperfeiçoamento dinâmico dos carros de motor traseiro a ponto de isso virar a principal assinatura dela própria, esta é a Porsche. Tanto o 356 quanto o 911 dispensam comentários sobre os sucessos em ralis, provas de subida de montanha e provas de longa duração.
Tecnicamente, a posição central-traseira do motor é mais equilibrada dinamicamente. Sabendo isso, a Porsche criou diversos carros de competição com essa configuração ao longo de sua história, do 550 Spyder aos esporte-protótipos como o 917 e 956. Em 1996, olhando para o sucesso do Mazda Miata no mercado norte-americano, a Porsche resolveu resgatar este conceito para um carro de rua: lançou o Boxster, o grande responsável por salvar a Porsche de uma crise financeira quase mortal.
Dez anos depois do Boxster, veio a versão de teto fechado do Boxster, o Cayman, com sua bela linha de teto se assemelhando ao do imortal 356. E as comparações com o 911 começaram a ganhar corpo. A sensação de muitos era de que a Porsche segurava a onda do Cayman e Boxster, sempre reservado a eles motores com deslocamento menor e comandos menos bravos que dos 911 – algo parecido com o que a BMW fez com o M2 frente ao M3 e M4.
Acontece que não demorou muito para os entusiastas descobrirem que o que separa fisicamente o Cayman do 911 em termos de powertrain é uma inversão: no 911, motor para trás do eixo, no Cayman, o motor para a frente do eixo. A própria Porsche explorou essa questão instando o motor de 911 nos Boxster Spyder e Cayman GT4. Então, era de se esperar que isso acontecesse nas mãos de entusiastas. No episódio do FlatOut Midnight de hoje vocês conhecerão o Cayman 911 swap de Leo Perez, que viajou mais de 1.000 km de uma vez só diretamente para essa produção!
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