Estamos de volta com mais um Best of Project Cars e no episódio de hoje vamos relembrar a história do Honda Civic Coupé Supercharger do leitor Leandro Garcia.
O início
A história deste Project Cars começa nos games, quando Leandro conheceu e aprendeu a gostar dos modelos esportivos da Honda jogando Need For Speed Underground. Sabendo que seria impossível comprar seu Civic Si 2000 no Brasil, ele partiu para o plano B e decidiu procurar um Civic Coupé daquela geração — o que seria um problema, afinal, reza a lenda que somente 500 foram trazidos para o Brasil. Sem experiência com os Honda, Leandro acabou comprando um Civic LX quatro portas, com o qual ficou cinco anos, e depois o trocou por um Civic VTi 1995, que foi vendido para ajudar nas despesas de seu casamento.
Sem um Honda para chamar de seu, Leandro decidiu que era hora de ir atrás do seu desejado Civic Coupé. Foi rápido: conversando com amigos, um deles disse que sabia de um Coupé a venda. Bastou uma volta com o carro e duas semanas depois o sonho estava na garagem de Leandro.
O projeto
O Civic EX era originalmente preto, com câmbio automático e motor 1.6 aspirado, mas Leandro tinha planos maiores para ele — afinal, seu sonho ainda era o Si 2000 que ele conheceu nos games. O projeto, portanto, começou com a definição da potência do carro: 200 cv, que seriam alcançados com um kit supercharger da Jackson Racing. Outra modificação seria o câmbio automático, que daria lugar a um câmbio manual de cinco marchas.
O projeto, contudo, começou pelas rodas e pneus. A primeira coisa que Leandro fez, diante dos pneus carecas que estavam no carro, foi comprar um novo jogo de rodas e pneus. Também vieram um par de lanternas e o spoiler traseiro do Civic Si 2000 e um jogo de molas H&R.
Em seguida foi a vez da conversão da troca de câmbio. Leandro comprou um conjunto de câmbio manual, volante do motor e pedaleira, mas instalou tudo aos poucos — o que significa que o carro rodou por algum tempo com três pedais e câmbio automático! No fim, bastou fazer uma pequena adaptação no túnel, uma vez que o câmbio automático usa um recorte maior que o do câmbio manual, e a troca estava feita, como se tivesse saído da fábrica daquele jeito.
A troca de pele
Depois das rodas, pneus e câmbio, o projeto continuou com um facelift do Civic para deixá-lo mais próximo do seu Si dos sonhos. Para fazer essa conversão Leandro começou a procurar peças usadas, porém originais Honda, pois as peças paralelas normalmente não dão um acabamento perfeito. Boa parte das peças foi encontrada na internet, caso dos para-choques que custaram apenas R$ 150 o par (!). Já os para-lamas ficaram mais caros, praticamente o preço de peças novas de marcas paralelas. No fim das contas, o facelift custou cerca de R$ 1.500, mas com a venda das peças que foram substituídas, o valor foi reduzido drasticamente.
Com o facelift pronto era chegada a hora da mudança da cor. Leandro optou por um azul semelhante ao do Civic Si original, porém em uma tonalidade usada pela Ford — seu primeiro carro fora um Escort azul. Além disso, seus outros dois Civic também eram azuis. O cupê não tinha como ser de outra cor, não é mesmo?
Diante de uma cotação de envelopamento muito fora de seu orçamento, Leandro decidiu envelopar por conta própria. Começou na sacada do seu apartamento, com a grade, spoiler traseiro e tampa do bocal do tanque. O restante da carroceria foi feito com a ajuda da família ao longo de quatro finais de semana.
O supercharger
O kit já estava comprado logo que Leandro pegou o carro, porém não estava completo e precisava de muito trabalho para ser instalado. Faltavam juntas e polia, o compressor estava praticamente sem o óleo, e também faltavam alguns sensores e mangueiras.
Com isso, Leandro aproveitou para fazer uma polia menor que a original, de forma que a pressão máxima produzida fosse limitada a 0,6 bar, uma vez que seu motor tem os componentes internos originais. O kit também ganhou polimento dos dutos, para deixar todos iguais e aumentar o diâmetro da admissão para combinar com a TBI de 60 mm.
Como o compressor aparentava estar abusado, Leandro o desmontou e trocou todos os rolamentos, retentores e o óleo interno. Depois bastou um banho e tinta e pronto:
A instalação foi simples: bastou tirar o coletor original, aparafusar o esticador da correia do alternador e instalar o coletor novo, com o suporte para o compressor:
Depois bastou fazer o acerto em dinamômetro e o resultado foi 182 cv nas rodas — somente 18 cv a menos que a meta de Leandro. Apesar disso, ele ficou satisfeito com o resultado, afinal, são quase 20 mkgf de torque constante logo acima de 1.00 rpm.
Não deixe de ler os posts originais do Project Cars #187
Parte 1 – a história do Civic Coupé
Parte 2 – a transformação visual
Parte 3 – a preparação