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Zero a 300

Toyota mostra AE86 “ecológico” | Shelby comemora 100 anos do fundador | A volta do Mazda rotativo e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

 

Toyota mostra dois AE86 “ecológicos” em Tóquio

O Corolla AE86 é um carro muito legal, não me entendam mal: principalmente seu motor 1.6 desenvolvido com a Yamaha, uma verdadeira joia oferecida a preços módicos no Japão. Mas sua fama é totalmente desproporcional ao carro: este é apenas um divertido carrinho esporte pequeno de tração traseira, um Chevette japonês com eixo rígido traseiro e 115 cv de um 1600 DOHC ardidinho.

Você sabe de onde vem a fama: do mangá Initial D, claro. A lenda do moleque que ia entragar tofu fresco no hotel além das montanhas, de madrugada, desde os 13 anos de idade, e que passava o rodo em carros mais potentes e especiais, está para sempre fixada na mente dos entusiastas mundo afora. Este, meus amigos, é o poder de uma boa história.

Como se não bastasse duas gerações atuais de carros que evocam o AE86 original, a Toyota resolveu aproveitar mais um pouco dessa fama imensa e desproporcional de seu carrinho. No Salão de Tóquio deste ano, apresentou dois restomods-ecológicos baseados no AE86. Não, mais que isso: olhem o livery deles: dois restomods baseados no carro do protagonista de Initial D, Takumi Fujiwara himself. São o AE86 H2 e o AE86 BEV.

O primeiro, AE86 H2, é baseado no Toyota Sprinter Trueno, a carroceria de faróis retráteis, como o carro do mangá. Parece exatamente o carro do mangá por fora, mas muito mudou por dentro. É agora movido à hidrogênio.

O motor é o original 1600 Twin-Cam, mas com injetores de combustível modificados, dutos de combustível e velas de ignição diferentes, próprios para usar hidrogênio. É um AE86 dos anos 1980, que funciona exatamente como ele, mas que emite zero. De verdade, não apenas transferindo emissão para alguma usina elétrica longe.

O segundo, o AE86 BEV, é baseado no Toyota Corolla Levin, o carro de faróis fixos.  É um carro elétrico, com baterias de Prius e motor de Tundra. Mas olha só: o motor está no lugar do 1600 original, acoplado no seu câmbio manual de cinco marchas! Assim, a distribuição de peso, diz a Toyota, é igual a do carro original (embora o peso total certamente seja bem maior).

O câmbio manual dá outra vida ao elétrico: embora não precise do câmbio, o ato de usá-lo mantém o prazer de dirigir do carrinho intacto, fora ruido e vibração. A empresa afirma que o veículo oferece uma experiência de direção única, combinando o envolvimento de um carro de três pedais com o torque absurdo desde zero rpm de um veículo elétrico.

A Toyota diz que parte das credenciais “limpas” do carro está no fato de que os bancos, o interior e os cintos de segurança são restaurados, não novos (apesar de não originais do carro). Sensacional: estão aí dois carros “ecológicos” que podemos apoiar! (MAO)

 

Shelby comemora 100 anos do fundador com um Mustang especial

Carroll Hall Shelby é uma lenda, um homem do tipo que não existe mais. Foi piloto de B-25 na guerra, peão em poços de petróleo no Texas, criador de galinhas, e depois piloto de competição. Ganhou Le Mans como piloto em 1959 num Aston Martin, ápice de uma carreira de sucesso que parou por seus problemas de coração; viveu a vida toda com um coração fraco que podia parar a qualquer minuto.  Quando finalmente conseguiu um transplante em 1990, tinha 67 anos. Nunca pensou que viveria tanto, mas depois do transplante foram ainda 22 anos bem vividos. Teve sete esposas, incontáveis amantes, e milhões de amigos que o adoravam.

Mas Shelby é realmente famoso pelos carros que criou. O Mustang GT350, a sua parte no GT40 que virou filme, o Daytona coupe, os Dodges dos anos 1990, o Viper, todos tiveram sua participação. E, é claro, o carro esporte definitivo, o perfeito amálgama de carro de corrida inglês e V8 americano chamado Shelby Cobra.

Shelby, se estivesse vivo, teria feito 100 anos na quarta-feira passada, dia 11 de janeiro. Para marcar a efeméride, Shelby American, a companhia com seu nome, apresenta um carro comemorativo, baseado no Ford Mustang GT.

Chamado de Carroll Shelby Centennial Edition Mustang, será uma série limitada, claro. Vem com vários logotipos “Centennial” para marcar sua exclusividade – incluindo um chapéu de caubói Stetson preto, marca registrada de Shelby, assinado. Parte do pacote é também um “Shelby Centennial Book” publicado pela empresa.

Em termos de desempenho, o carro ganha um supercharger que eleva a potência do V8 de 5,0 litros até 750 cv. Enviando essa potência para o solo está um conjunto de rodas pretas acetinadas de 20 polegadas. Um radiador de alto desempenho e um escapamento Borla cat-back fazem parte do pacote. Molas especiais, barras estabilizadoras, placas de caster/camber ajustáveis e pinças dianteiras OEM Brembo da Ford Performance ajudam o carro a lidar com a potência extra.

A Shelby American fabricará apenas 100 unidades do Mustang Carroll Shelby Centennial Edition. O preço começa em US$ 49.995 (R$ 254.974), em cima de seu Mustang zero km, que custa pelo menos US$ 38.000 (R$ 193.800) nos EUA. Ouch! (MAO)

 

O Mazda rotativo está de volta! Conheça o Mazda MX-30 e-Skyactiv R-EV

O motor rotativo Mazda está de volta! Sim, ele mesmo, o motor inventado pelo cientista nazista Felix Wankel nos anos 1950, com um rotor em forma de Dorito, e um apetite insaciável por altas rotações. O motor que só a Mazda conseguiu fazer direito, e que ficou famoso vencendo Le Mans, e debaixo dos capôs dos RX-7 de rua.

Mas segure suas calçoilas, querida mocinha entusiasmada. Não voltou da forma que você esperava. É agora tão-somente um range extender, uma pequena unidade geradora de eletricidade a bordo de um mini-SUV elétrico da marca de Hiroshima.

É o novo Mazda MX-30 e-Skyactiv R-EV. É um carro elétrico, feito mais usável pelo gerador Wankel. Movido a gasolina e deslocando apenas 830 cm³, este mono-rotor com injeção direta tem uma alta taxa de compressão de 11,9:1, e desenvolve 76 cv e 11,8 mkgf. É tão-somente um gerador, o carro sendo exclusivamente movido pelo motor elétrico de 169 cv e 26,5 mkgf.

Os Mazda Wankel mais comum é a família 13B, famosa nos RX7, que sempre teve dois rotores e 1308 cm³, o que significa que este motor é totalmente novo, não apenas meio RX7 ou RX8.

O carrinho é capaz de 136 km em modo elétrico apenas, mas com ajuda do Wankel é capaz de andar quase 1000 km sem recarregar ou reabastecer. Faz o 0-100 km/h em 9,1 segundos e é limitado eletronicamente a 140 km/h. Pesa paquidérmicos 1.703 kg para um carro de 4395 mm e entre-eixos de 2655 mm. Mas faz 100 km/l no ciclo combinado WLTP.

Não é o que desejávamos, mas é um começo. O Wankel voltou; teremos novamente um RX? O tempo dirá. Já o nosso amigo Mazda MX-30 e-Skyactiv R-EV, de qualquer forma o primeiro Wankel desde 2012, já está à venda na Europa, a um preço inicial de € 35.990 (R$ 199.024) na Alemanha. (MAO)

 

Amalgam oferece carroceria de Ferrari 250 GTO em escala 1:4

Você tem uma enorme coleção de Ferrari, e bem no centro dela, em um pedestal, está uma das 36 Ferrari GTO originais, um carro que vale ao norte de 50 milhões de dólares, e é seu orgulho, e sua maior paixão. Nunca a usa, claro; tem uma réplica exata feita por uma empresa inglesa por dez porcento do valor da original, que usa uma vez por ano na pista em Goodwood. Você também tem, por este motivo, uma enorme coleção de 250 GTO em escala, que enche dois armários em seu escritório. Mas mesmo assim sente que falta algo para preencher aquele vazio incômodo no seu peito? Pois bem, meu caro ferrarista entediado: a Amalgam tem uma novidade imperdível para você.

O carro original

Embora a ideia de gastar US$ 73.295 (R$ 373.804) em um modelo em escala da Ferrari 250 GTO possa parecer ultrajante para a maioria de nós, isso está longe de ser um modelo em escala típico. Assim como a Scaglietti fez na década de 1960 com o GTO original, folhas de alumínio são marteladas à mão usando técnicas tradicionais, para fabricar este modelo. Sim, os painéis da carroceria são formados com um martelo sobre um buck de madeira, assim como o carro de verdade.

É uma réplica fiel da carroceria original, criada com base em digitalizações de várias Ferrari 250 GTOs reais. O belo modelo em escala 1:4 tem 1,08 metros de comprimento e 5kg de peso. É mostrado aqui com um suporte de madeira nobre, mas a Amalgam pode fornecer várias outras formas de exposição, como por exemplo pendurado na parede.

A empresa diz que a Ferrari 250 GTO lidera o caminho para as próximas réplicas de carrocerias, com a 250 Testa Rossa sendo a próxima. Mais adiante, modelos em escala do 275 GTB e GTB/4 serão adicionados ao portfólio.

Enquanto isso, os novos compradores da Ferrari podem obter uma réplica Amalgam de seus carros, construída em escala 1:8 ou 1:12. Esta opção está disponível para clientes que compram um Roma, 812 Superfast, 812 GTS, Portofino M, SF90 Stradale ou um SF90 Spider.

Novas e criativas maneiras de separar bilionários de seu dinheiro aparecem todo dia; não há tempo hábil para se desenvolver de novo o tal vazio na boca do estômago, aparentemente. (MAO)