AFun Casino Online

FlatOut!
Image default
Lançamentos

Toyota Supra 2.0 Turbo: o que andam falando dele lá fora?

Há não muito tempo atrás parecia um devaneio, e hoje em dia você pode ir até uma concessionária Toyota e comprar um Supra novinho em folha (você, que mora fora do Brasil…). Claro, um Supra com plataforma e mecânica BMW, mas estas são concessões que precisamos fazer em 2020 se quisermos comprar um esportivo puro, nascido como esportivo.

Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como , ,  e muito mais!

 

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

Se alguns entusiastas ainda não superaram o fato de o Supra ter um seis-em-linha alemão compartilhado com vários carros da BMW, a Toyota já o fez há tempos – e até já criou uma versão do Supra com outro motor BMW: o quatro-cilindros turbo B48. Este motor pode ser encontrado não apenas nos carros da marca BMW (do Série 3 ao Série 7, passando pelos SUVs da série X e, claro, pelo Z4, o irmão do Supra), mas também no Mini Cooper e até mesmo no Morgan Plus Four. Sua missão é oferecer um intermediário entre o já veterano Toyota 86 e o Supra de seis cilindros, e seu preço deverá ficar na faixa dos US$ 40.000 – o 86 parte de US$ 27.000 e o Supra 3.0 começa em US$ 50.000.

O carro vai começar a ser vendido nos próximos meses, mas os jornalistas estrangeiros já puderam testá-lo e ver como o Supra se vira com dois cilindros a menos. Lendo as avaliações, percebemos que ele dividiu opiniões – não muito diferente do que a versão com “seis canecos” faz até agora. Pelo visto o novo Supra é polarizador por natureza, com qualquer motor.

Houve quem tenha gostado muito dele, como Conner Golden, da Automobile Magazine. “Depois de passar um tempo com o Toyota Supra com motor 3.0 de seis cilindros e com o novo Toyota Supra 2.0 com quatro cilindros, os fãs mais hardcore não provavelmente não vão gostar de saber em qual deles eu me diverti mais. Dica: não é o que tem mais cilindros.”

Embora o Supra 2.0, com seus 258 cv e 40,8 kgfm de torque, seja bem menos potente que o Supra de seis cilindros, que para a linha 2021 passa de 340 cv para 387 cv, a versão de quatro cilindros é consideravelmente mais leve e ganha em agilidade, com uma distribuição de massas mais equilibrada e a mesma excelente plataforma da BMW (devidamente massageada pelos engenheiros da Toyota Gazoo Racing).

Golden observa que o novo Supra 2.0 pesa 1.440 kg – 100 kg a menos que a versão de seis cilindros. E não apenas porque o motor é mais leve: as rodas são menores (de 18 polegadas, e não 19), e o Supra 2.0 não traz componentes eletrônicos de suspensão ativa e diferencial.

“De acordo com a Toyota, todos os aspectos da suspensão e do chassi foram retrabalhados em comparação com o irmão maior e mais agressivo com seis cilindros”, diz Golden. “E o resultado desta involução é uma experiência ao volante muito mais acessível e amigável. O desempenho definitivamente não causa vergonha: a Toyota fala em cinco segundos para ir de zero a 100 km/h contra 3,9 segundos do Supra 3.0, mas a velocidade máxima permanece em 250 km/h. Depois de algumas arrancadas mais fortes, estamos convencidos de que o número fica mais próximo dos 4,5 segundos ou pouco mais.” Golden também lembra que, caso as aferições confirmem cinco segundos para o 0-100 do Supra 2.0, isto significa que ele é só 0,1 segundo mais lento que o Supra com motor 2JZ-GTE de 1997, segundo testes da época feitos pela Motor Trend.

Claro que nem só de números se faz um esportivo – o Supra 2.0 também se sai bem nas curvas. Para a Automobile, até melhor que o 3.0. “Se o Supra 3.0 impressiona como um cupê esportivo absurdamente ágil com uma traseira que gosta de escorregar, o Supra 2.0 o supera. Mesmo em zigue-zague por um emaranhado de estradas sinuosas nos desfiladeiros, o Supra permaneceu imperturbável, com com uma confiança sólida que é rara de se ver em qualquer esportivo que custe menos de US$ 100.000 e não tenha um emblema da Porsche no capô. (…) O acerto excelente da suspensão, a agilidade e a distribuição de peso em 50/50 nos permitiram carregar velocidade nas curvas de um jeito que só estamos acostumados a fazer em carros maiores, mais potentes e mais rápidos”, crava Golden.

Mas ele também tem críticas direcionadas ao motor – e elas não surpreendem. “Sendo um motor BMW, ele é suave, equilibrado e muito dócil no uso urbano. [Mas] infelizmente, apesar do comportamento impecável, o motor tem uma personalidade um tanto sem graça, repetindo o mesmo defeito do boxer de quatro cilindros usado no 718 Cayman/Boxster. (…) Mesmo o escapamento mais agressivo do Supra não consegue injetar muita vida ao ronco do B48, fora os estralos quando você solta o acelerador.”

No geral, porém, o Supra impressionou: “A Toyota diz que o Supra 3.0 é o favorito de quem frequenta track days, mas os que preferem estradinhas cheias de curvas na zona rural podem economizar alguns milhares de dólares e ficar com o 2.0. Mesmo com a agressividade das babás eletrônicas da BMW, o Supra mais leve é um carro perceptivelmente analógico para algo do ano-modelo 2021.”

Patrick George, do The Drive, também gostou muito do Supra 2.0 – e basicamente pelas mesmas razões. “Com o Supra, você tem bastante força em baixa rotação, nada de turbo lag, e o carro continua com muita disposição até a linha vermelha do conta-giros. Com apenas 1.440 kg na balança e mais de 40 kgfm de torque, é o bastante para arrancar com emoção e arranjar problemas com a lei na rodovia.” Mas George também acha que o maior trunfo está no acerto geral do carro – o motor fica em segundo plano.

“O verdadeiro astro do show é a dinâmica do Supra. Faz muito tempo que eu dirigi o 3.0 pela última vez, então não posso falar com autoridade sobre as diferenaçs dos dois. Mas, sob qualquer ótica, o Supra 2.0 é leve, direto, divertido e estável. A carroceria não tem rolagem nenhuma. E, por mais que a direção não tenha sensibilidade, ela é firme e muito rápida. Usando hardware da BMW, a equipe da Toyota conseguiu criar um dos carros de melhor dinâmica que se pode comprar hoje.”

George também elogia o câmbio automático de oito marchas da ZF – que está presente em dezenas de outros carros, é verdade – e diz que, falando em caixas automáticas, não há como melhorar muito mais. Mas ele sente falta do câmbio manual, dizendo que “colocaria este carro em outro nível”. E ele ecoa a opinião da revista Automobile quando diz que falta personalidade ao ronco do quatro-cilindros – algo de que não se pode fugir hoje em dia, infelizmente.

A questão da direção meio anestesiada também chamou a atenção de Bob Sorokanich, da Road & Track, mas não o suficiente para fazê-lo escolher a versão de seis cilindros.

“Quando o Supra 3.0 saiu, sua direção super rápida me pareceu frenética demais. O carro muda de direção muito rápido, antes que a inércia te empurre contra os apoios do banco. É divertido pra caramba na pista e, aliado ao entre-eixos diabolicamente curto do Supra, te permite colocá-lo de lado facilmente. Mas também passa uma impressão deslocada, artificial. O acerto de chassi do Supra é sério e refinado. A direção exageradamente rápida não combina com ele.

O Supra de quatro-cilindros resolve esta questão. Seus pneus de perfil mais alto absorvem um pouco da personalidade urgente da direção, e fazem o carro ficar mais coeso. Só não espere feedback do volante.”

O que conquistou Sorokanich, porém, também foi o caráter mais orgânico do 2.0. Sua análise faz transparecer que o Supra 3.0 é excelente, mas lhe falta emoção – e o quatro-cilindros sofre menos com isto. “O Supra de seis cilindros tem tudo o que precisa para entrar no século 21: é rápido, tem aderência, tem tecnologia, e é capaz de virar ótimos tempos de volta. Mas ele não tem vida. Não parece sentir e nem proporcionar alegria enquanto ataca pontos de tangência ou curvas de estradinhas vicinais. É como se ele encarasse tudo como um dever a ser cumprido, e só. O Supra 2.0, mais lento, mais suave, mais leve, não resolve todos estes problemas. Mas é um passo na direção certa.”

O que a gente percebe por estes reviews é que o Supra, bem, é um bom esportivo – em qualquer uma de suas configurações, leia-se. Seu problema, talvez, seja o nome – e o peso que ele carrega. E este peso, nenhum motor mais leve será capaz de tirar.