a diversao em dirigir nao mora apenas na potencia e na velocidade na verdade a maior parte da diversao numa estrada mora nas curvas contornadas por um carro com boa dirigibilidade a previsibilidade nas respostas do veiculo ajuda a aumentar a confiança do motorista em seu trajeto hoje vamos conversar sobre a geometria da suspensao abordando as configuraçoes mais comuns encontradas tanto nas pistas quanto nas ruas planos e eixos de movimento quando um corpo esta se deslocando no espaço todo o seu movimento pode ser definido por tres componentes lineares e tres componentes rotacionais ou seja o corpo possui seis graus de liberdade porem quando nos referimos a suspensao a roda deve apresentar movimentos definidos em relaçao ao veiculo entao a funçao dos braços de suspensao esta em resistir aos movimentos nao definidos em projeto assim podemos dizer que os braços de suspensao definem graus de resistencia ao movimento do conjunto pneu roda alem disso e dever da suspensao definir como a massa nao suspensa conjuga forças com a massa suspensa do veiculo qualquer geometria deve atender aos requisitos daquele projeto ao qual se destina por exemplo um carro de rua nao consegue carregar tanta velocidade de contorno quanto um veiculo de categorias de turismo porem a falta de concessoes em conforto num carro de turismo te destruiria numa viagem de 500 km alem dos componentes de movimento ha os planos nos quais as forças sao aplicadas / geradas ou aos quais tomamos como referencia para a mediçao de angulos ha tres planos basicos numa analise tridimensional o plano superior que realiza um corte horizontal e no qual se referencia o eixo x o plano direito tambem chamado de plano vertical apresentando um corte longitudinal onde encontramos o eixo y e finalmente o plano frontal que traz o corte de mesmo nome e o eixo z angulos de alinhamento antes de iniciarmos a analise dos pontos fixos nos precisamos abordar os angulos que podem ser ajustados mesmo depois do projeto consolidado estes sao chamados de angulos de alinhamento angulo de camber e o angulo formado pela inclinaçao do hub em relaçao ao eixo y visto a partir do plano frontal ele e definido em condiçao estatica ou seja com o veiculo em repouso o angulo de inclinaçao e medido e ajustado quando necessario quando o carro esta em movimento e a suspensao flexiona seja durante o contorno de uma curva ou numa irregularidade do piso ocorrem mudanças do angulo de camber o ajuste estatico tem a funçao de compensar essas mudanças principalmente nas curvas para manter a maior area de contato possivel dos pneus com o piso ha tres condiçoes basicas para a configuraçao do camber positivo neutro e negativo que podem ser observados na foto acima o ajuste de camber afeta principalmente o contorno o meio da curva angulo de caster angulo formado pela inclinaçao do hub em relaçao ao eixo y visto a partir do plano direito o angulo de caster influencia a estabilidade direcional e o feedback do volante para o motorista pois ele determina o torque autocentrante da direçao e o esforço necessario para girar o volante assim como no angulo de camber ha tres condiçoes de ajuste do caster que podem ser observados na imagem acima positivo neutro e negativo que podem ser observados na foto acima o ajuste de camber afeta principalmente o contorno o meio da curva o caster negativo normalmente e evitado pois esta condiçao de ajuste elimina o torque autocentrante da direçao o que a torna extremamente instavel a posiçao neutra reduz a instabilidade porem gera pouco feedback dado ao motorista por isso o angulo de caster positivo e a configuraçao mais utilizada alem das questoes relatadas acima o caster influencia na variaçao de camber durante o esterçamento da direçao por exemplo se voce gira o volante em sentido horario visto a partir do plano frontal a roda que aponta para fora tem ganha um angulo mais positivo enquanto a roda que aponta para dentro tem ganho de angulo negativo ou seja no contorno de uma curva o caster ajuda a corrigir os as variaçoes de camber geradas pela inclinaçao da carroceria angulo de convergencia e divergencia visto a partir do plano superior este angulo se manifesta em relaçao ao eixo x como proprio nome remete quando a linha de centro do hub aponta em direçao ao eixo x do veiculo dizemos que o angulo e convergente quando as linhas de centro divergem do eixo x temos um angulo divergente o ajuste convergente aumenta a estabilidade em linha reta porem torna as tomadas de curva mais dificeis devido ao maior angulo de deriva do pneu que esta na parte de dentro da curva essa configuraçao e vantajosa para provas de arrancada pois ajuda a manter a estabilidade principalmente na porçao final do tiro onde a velocidade e maior e a transferencia de peso longitudinal e menor ja o ajuste divergente favorece as tomadas de curva pelo menor angulo de deriva do pneu enquanto a transferencia de peso transversal esta se iniciando porem no meio da curva o veiculo começa a apresentar uma tendencia ao sub esterço pois o pneu do lado de fora da curva que esta com a maior carga começa a ser arrastado pela diferença do angulo de deriva centro e eixo de rolagem quando um veiculo esta sofrendo a transferencia de peso nos falamos sobre esse assunto aqui as forças atuam num braço composto pelo centro de gravidade como ponto de atuaçao e o centro de rolagem como ponto de apoio entao podemos definir o centro de rolagem como o ponto onde a carroceria se inclina durante a transferencia de peso abaixo temos a representaçao do de um sistema equivalente a suspensao independente de braços sobrepostos a partir da vista frontal temos piso roda direita roda esquerda braço superior direito braço superior esquerdo braço inferior direito braço inferior esquerdo corpo do veiculo para determinar o centro de rolagem precisamos antes conhecer os centros instantaneos de cara roda o centro instantaneo e o ponto de apoio imaginario para a partir do qual a roda descreve seu arco e a variaçao de camber durante o deslocamento vertical a distancia entre este ponto e o centro da roda e chamado de braço oscilante que no plano frontal e o braço oscilante frontal bof e no plano direito e o braço oscilante longitudinal bol os centros instantaneos sao encontrados traçando uma linha entre os pontos de apoio dos braços de suspensao o ponto de convergencia entre as duas linhas determina o centro instantaneo no caso das suspensoes tipo mcpherson onde nao ha um braço superior a linha deve ser traçada ortogonalmente ao angulo de inclinaçao do amortecedor a imagem acima demonstra as duas situaçoes e o traçado dos centros instantaneos depois de encontrados os centros instantaneos nos precisamos traçar linhas a partir do ponto de contato entre o piso e a linha de centro da roda em direçao ao centro instantaneo inverso ou seja do lado esquerdo para o direito e vice versa a interseçao dessas duas linhas determina o centro de rolagem do automovel que ao contrario do centro de gravidade quanto mais alto for menor sera a rolagem apresentada pela carroceria porem a altura do centro de rolagem sofre a influencia de outro fator a combinaçao das forças verticais e horizontais que atuam durante a rolagem se o centro de rolagem estiver acima do piso a força lateral gerada pela aderencia dos pneus gera um momento sobre o centro de rolagem que empurra a roda para baixo e levanta o corpo do veiculo arrasto dos pneus outro fator definido no plano frontal e o arrasto lateral dos pneus que e mais conhecido pela sua denominaçao inglesa scrub radius este elemento e definido pela inclinaçao do eixo de esterçamento que e formado por uma linha imaginaria que atravessa as extremidades dos braços oscilantes para suspensoes do tipo mcpherson as referencias para traçar o eixo sao a extremidade do braço inferior e ponto de fixaçao do amortecedor no chassis os dois casos podem ser observados na imagem acima o angulo de inclinaçao e definido em relaçao a linha de centro da roda o ponto onde as duas linhas se tocam determina a classificaçao do scrub radius veja abaixo positivo quando o cruzamento entre os eixos ocorre abaixo da area de contato do pneu classificamos o scrub como positivo com essa configuraçao o torque de esterçamento e aplicado na porçao interna da area de contato resultando num maior esforço para girar o volante em baixas velocidades e numa tendencia a um alinhamento divergente durante as frenagens e convergente durante as aceleraçoes neutro classificamos desta forma o cruzamento dos eixos na area de contato dos pneus essa configuraçao causa grande instabilidade sob frenagem vigorosa mesmo com pequenas irregularidades no piso pois a diferença instantanea do torque de frenagem entre as rodas como nao ha alinhamento convergente ou divergente para compensar a variaçao de torque como vantagem essa configuraçao exige um menor esforço para girar o volante embaixas velocidades negativo o scrub negativo ocorre quando o cruzamento dos eixos se da acima da superficie de contato do pneu assim o torque de esterçamento atua na porçao externa da area de contato provocando um alinhamento convergente durante as frenagens e divergente nas aceleraçoes esta configuraçao e normalmente aplicada em carros de rua por aumentar a segurança em caso de esvaziamento de um pneu ou a falha de uma das linhas num sistema de freios cruzados porem ela tem como efeito colateral o esterçamento por torque torque steer que assola os veiculos de traçao dianteira de estrutura mcpherson com grande quantidade de torque para solucionar esta questao os fabricantes desenvolveram sistemas combinados como o revoknuckle ou hiper strut da ford e general motors respectivamente estes sistemas separam a estrutura de amortecimento em vermelho da estrutura de esterçamento em verde possibilitando uma inclinaçao menor para o eixo de esterçamento e uma menor atuaçao do esterçamento por torque o scrub radius pode ser alterado modificando o offset das rodas pois a linha de centro da roda ira ser movida da sua posiçao original com a mudanças de offset as funçoes de resistencia agora vamos mudar o plano de analise passamos do plano frontal para o direito afim de verificarmos a interaçao longitudinal entre as massas suspensa e nao suspensa o seja o quanto as molas flexionam e a carroceria se inclina em situaçoes de aceleraçao e desaceleraçao mas antes de mais nada ha alguns conceitos que precisamos deixar claros existe a ideia de que quanto maior for a inclinaçao da carroceria maior sera a transferencia de peso realizada entao criar resistencia a inclinaçao consequentemente reduziria a transferencia de peso isso nao e verdade pois a transferencia depende dos seguintes fatores altura do centro de massa; comprimento entre eixos; aceleraçao seja ela positiva ou negativa; massa do veiculo entao o que as funçoes de resistencia fazem e compartilhar o peso transferido com as molas fazendo com que a carroceria se inclina menos porem a carga total sobre a area de contato dos pneus permanece a mesma para estudarmos as funçoes de resistencia precisamos entender como os elementos de influencia atuam durante a aceleraçao longitudinal o centro de massa por definiçao e o ponto de um corpo onde qualquer força aplicada gera apenas a aceleraçao linear ou seja nenhum componente angular gera rotaçao do corpo por ser apenas hipotetico nao ha realmente uma condiçao de aceleraçao linear sem que haja o componente angular como as forças de aceleraçao num veiculo sao aplicadas na area de contato entre os pneus e o piso havera sempre um momento angular atuando sobre o centro de massa ou seja a carroceria sempre se inclinara em condiçoes de aceleraçao como na vista frontal o centro de rolagem longitudinal e resultado do cruzamento das linhas projetadas entre a area de contato dos pneus e o centro instantaneo longitudinal das suspensoes dianteira e traseira a altura do centro de rolagem e inversamente proporcional ao momento angular apresentado ou seja menor sera a inclinaçao apresentada pela carroceria este e o segredo das funçoes de resistencia elevar a altura do centro de rolagem para compartilhar parte da carga das molas agora que entendemos os principios podemos começar a analise das funçoes pela resistencia ao mergulho o diagrama acima demonstra graficamente os elementos que compoem o calculo da resistencia ao mergulho para suspensoes que utilizam freios nas rodas que e a configuraçao mais comum no dia de hoje neste caso estamos trabalhando com a força de desaceleraçao como a funçao e aplicada ao eixo dianteiro a porcentagem de distribuiçao de frenagem representa a fraçao da força que e aplicada ao eixo dianteiro para calcular a porcentagem de resistencia ao mergulho da suspensao dianteira nos utilizamos a formula abaixo como estamos na fase de projeto e nao temos os angulos de suspensao definidos na verdade estamos aqui para isso nos devemos reorganizar a formula para encontrarmos o angulo de suspensao necessarios para uma fraçao de resistencia desejada entao assim encontramos o valor da tangente com o qual podemos determinar o comprimento do braço oscilante longitudinal a partir da altura relativa ao centro de gravidade como analisamos mais acima o proximo passo e traçar as semirretas para determinar os angulos dos braços superior e inferior da suspensao precisamos lembrar que a altura dos braços ja foi determinada na vista frontal por isso devemos seguir os dados previamente ajustados fazendo o minimo de concessoes para a suspensao traseira dos veiculos de traçao traseira nos aplicamos a funçao de resistencia ao agachamento existem algumas diferenças neste caso devido ao ponto de reaçao ao torque em suspensoes independentes a reaçao e feita pelos pontos de fixaçao da caixa de marchas ou diferencial no chassi no caso da utilizaçao de um eixo solido os elementos de reaçao ao torque sao os braços de controle como ocorre na suspensao dianteira com freios instalados nas rodas a reaçao ao torque muda a projeçao do braço oscilante longitudinal para suspensoes independentes o braço se projeta a partir do centro da roda ja no caso de um eixo rigido o braço se projeta a partir do centro da area de contato do pneu abaixo temos a formula para as duas suspensoes sendo que o angulo de inclinaçao do centro instantaneo muda conforme a imagem acima outro ponto importante que devemos observar no caso da resistencia ao agachamento e que nao ha divisao da força de aceleraçao pois ela e integralmente aplicada no eixo traseiro esta e uma soluçao importante para veiculos de grande potencia pois mesmo havendo a transferencia de peso a inclinaçao reduzida ajuda a manter uma de contato generosa sem a variaçao de camber causada pela distensao das molas e no caso da suspensao traseira o ganho de camber causado pela compressao reduz a area de contato dos pneus diminuindo a aderencia uma soluçao bastante engenhosa foi criada pela koenigsegg acertei a suspensao triplex® este modelo utiliza um terceiro amortecedor que interliga os dois braços superiores operando numa frequencia mais baixa ele curto circuita para movimentos bruscos como a passagem por uma zebra ou irregularidade do piso e oferece resistencia nos movimentos mais suaves como a rolagem da carroceria numa curva uma explicaçao mais completa sobre o sistema pode ser assistida no video abaixo https //www youtube com/watch v=bbgjrbt4ltm&list=plyyc0bkszkl_zonc0_al8d1ae0cv sffq&index=2 por ultimo temos a funçao de resistencia ao levantamento que e aplicada em veiculos de traçao dianteira e integral como seu proprio nome da a entender essa geometria se opoe a distensao das molas durante as aceleraçoes o que e muito importante nas saidas de curva a subaru aplicou largamente esta geometria nos impreza que corriam no wrc e estes apresentavam uma clara vantagem no ultimo terço da curva pois a menor variaçao de camber garantia uma area de contato maior e a possibilidade se empregar mais aceleraçao alem disso a resistencia ao levante ajuda a reduzir o subesterço pois com uma maior area de contato a aderencia dos pneus pode ser melhor dividida entre as forças longitudinais e transversais num veiculo de traçao dianteira a reaçao ao torque e realizada pelo chassi assim como ocorre nos veiculos de suspensao traseira independente entao por conta desta caracteristica o braço oscilante e projetado a partir do centro da roda abaixo nos temos a formula para a projeçao do centro instantaneo pessoal por aqui nos encerramos o papo de hoje mas isso nao quer dizer que o assunto acaba aqui este foi apenas uma introduçao entao se voce quer realmente se aprofundar na analise de suspenses eu recomendo que busque livros especializados no assunto como race car vehicle dynamics dos irmaos milliken uma verdadeira biblia tune to win de caroll smith e inumeros outros
para o proximo papo nos vamos continuar no assunto de geometria porem trataremos da direçao e como sua disposiçao sofre a influencia da suspensao ate a proxima
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