Quantos de nós já não sonharam em fazer a loucura de comprar um carro bacana, porém mal cuidado, levantá-lo por conta própria e dar a ele uma nova oportunidade na vida? Eu meio que estou nessa, muitos leitores também, e agora nós vamos contar mais uma história assim.
É uma história breve, porém intensa, . Um cara chamado Jamie Orr, que mora na Pensilvânia, extremo leste dos Estados Unidos, decidiu comprar um VW Golf Harlequin que viu na Internet. Só havia dois “pequenos” problemas: 1) o Golf estava em um ferro-velho, com um monte de peças faltando, e 2) o ferro-velho fica na Califórnia, na costa oeste dos EUA.
O lado positivo: Jamie Orr é dono de uma companhia que importa peças e modelos da Volkswagen da Europa para os EUA, e já está acostumado com aventuras e com os carros da VW. Sua empresa, a (do qual ele é o único funcionário) lhe garantiu uma boa rede de contatos. E ele conhecia bem a história do Golf Harlequin, que o Juliano Barata contou neste post:
O Golf Harlequin surgiu como um modelo de exibição, feito para apresentar ao público a carta de cores da linha Volkswagen da época. Só que o carro exposto começou a atrair o público, e ao perceber que as pessoas tinham realmente a intenção de comprá-lo a Volkswagen decidiu criar uma série especial.
Para fabricá-los, a Volks não teve muito trabalho: bastou pinçar da linha de produção modelos normais, pintados de uma das quatro cores-tema (Tornado Red, Ginster Yellow, Pistachio Green ou Chagall Blue), e fazer a salada com as partes removíveis de cada um deles – e claro, identificá-los com um código de chassi diferenciado.
Apenas algo entre 264 e 275 unidades foram produzidas, muitas encalharam nas concessionárias — afinal, dizer que compraria é diferente de efetivamente comprá-lo — e outras foram repintadas de uma cor só, o que transformou a procura pelo Harlequin em uma caça ao tesouro para os entusiastas.
Agora fica mais fácil entender por que Jamie ficou tão empolgado com a ideia de comprar um Golf Harlequin do ferro-velho. Ele pegou um avião para a Califórnia há alguns dias e foi comprar o carro. Ele já havia visto imagens do Golf na internet, e sabia que estavam faltando algumas peças bem importantes para o carro funcionar de novo, mas meteu a cara mesmo assim. foto
O motor 2.0 (parecidíssimo com o que equipava o Golf Mk3 vendido no Brasil) estava até em estado razoável, mas componentes como a mangueira do radiador, o reservatório de óleo (que foi perfurado pelo dono do ferro-velho para que o lubrificante fosse drenado), a junta do cabeçote e a bateria estavam faltando ou precisavam ser substituídos. Cabos, uma das setas dianteiras, rodas e pneus e a tampa do porta-malas (que estava com o vigia quebrado) também foram conseguidos. Jamie comprou algumas coisas, e ganhou outras de presente de amigos e contatos que queriam vê-lo dar sequência ao projeto.
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Chegando no ferro-velho, Jamie foi bem recebido e não demorou para que dez ou doze caras se juntassem a ele para consertar o máximo que conseguissem do carro ali mesmo. A ideia era voltar dirigindo o Golf para a Pensilvânia, passando por 4.800 km de estradas em uma viagem que duraria alguns dias. Má ideia? Pode apostar que sim. Mas a gente entende.
Aos poucos o carro foi voltando a se parecer com um carro. Até mesmo a grade dianteira amarela original foi rastreada e devolvida ao Golf…
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… que ficou bem mais apresentável depois de um belo banho em um lava-rápido:
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Segundo o Jalopnik, Jamie pagou US$ 1.200 (pouco menos de R$ 4.000 em conversão direta) pelo carro no ferro velho – aparentemente o valor mínimo que ele conseguiu negociar. Ainda há trabalho a fazer (como pintar a tampa do porta-malas de azul, a cor correta para combinação em especial), mas Jamie espera não gastar mais que US$ 2.500 (por volta de R$ 8.300) deixando o carro 100% confiável de novo. O estado geral do carro não parece tão ruim, apesar dos anos de negligência.
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Jamie está na estrada agora e, em sua última atualização, contou que já dirigiu rodou bastante o Golf, e que o carro está funcionando relativamente bem. Embora esteja perdendo força em baixas rotações, ele consegue rodar a 120-130 km/h em sem dificuldade na estrada.
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Sem dúvida vamos acompanhar as aventuras de Jamie com seu novo-velho Golf!
Dica do leitor Coffinator