Salvem, amigos do FlatOut! Sou Renan da Silva, tenho 30 anos, um catarinense morando em Sobral/CE e estou aqui para contar minha história de amor e ódio do meu Xsara VTS turbo.
Assim como muitos, minha história com carros veio de família, não necessariamente com meu pai tendo carros esportivos, potentes, luxuosos… nada disso, foi sim pela paixão que ele tinha pelo automobilismo, acordando sempre cedo para assistir o Senna na F1. Não posso deixar de lembrar claro dos “cavalos de pau” e “zerinhos” que ele dava com o Opalão no sítio da minha vó e eu gritando de alegria no banco do lado.
Enfim, minha história com carros nunca foi muito normal, sempre gostei de carros diferentes, aqueles que poucos dão atenção. Meu primeiro carro foi um VW Apolo 1.8 GLS. Época dos 18 anos, tempo de loucura que fez ele durar pouquíssimo tempo: fundi o motor em três meses e por ser estudante não tinha grana para manter o consumo dele no dia a dia entre trabalho/faculdade. Foi tão rápido que nem tirei fotos dele na época. Após o Apolo tive um Fiesta, um Gol CL turbo e três Seat Cordoba — isso mesmo: três Seat Cordoba! Mas vamos ao que realmente interessa, de onde veio o Xsara VTS?
Estava eu de moto, parado no sinaleiro e ao meu lado olho um carro baixinho, bonito, um ronco interessante… achei bacana, pois nunca tinha visto um. Comecei a reparar os detalhes e vi o VTS. VTS? Que diabo de carro é esse? Até que o sinal abriu e o dono reparando que eu estava “secando” o carro dele, deu aquela “esticada”. Foi aí que a m* tava feita…
Cheguei em casa e fui direto para a internet pesquisar sobre o tal Xsara VTS, e para minha surpresa o carro era um ícone esportivo de época, admirado por muitos pelo mundo todo. Não muito conhecido no Brasil, mas os que o conheciam sabiam da qualidade e da malícia que havia no carro.
Na hora comecei a procurar Xsaras VTS a venda em Santa Catarina (onde eu morava na época), e pra minha surpresa havia um na minha cidade por um preço atrativo. Olhei o carro, andei, admirei e claro acelerei. Foi o que eu precisava pra amar o carro e o vendedor me odiar. Comprei o carro e após isso foram quatro anos de alegria com ele, desde pintura a uma preparação light, trackday e muitas viagens.
Até aí tudo bem, até que fui morar no Ceará, numa cidade do interior do estado — uma cultura muito diferente da que vivia em SC. Lá estava com o VTS e sendo um estranho no ninho, mas sonhando em fazer um projeto melhor para o VTS, querendo mais potência e um carro para pista — afinal em Fortaleza tem track day!
Meu sonho sempre foi montar admissão igual à dos Peugeot 306 e Xsara do WRC. Um projeto semelhante ao do nosso amigo Marley, do PC #306 branco aqui do FlatOut. Porém por questão de custo / benefício e por não ter grana estilo “Need for Speed destravado” via a preparação com um turbo mais próxima do meu alcance. Foi aí que pesquisando peças, valores e possibilidades de locais para instalar tudo, aparece o anúncio de um Xsara VTS turbo já montado, com uma descrição e um preço bem atrativo para o que tinha no carro.
Comprei VTS turbo e vendi meu prata. Já tenho um carro/canhão pronto e montado pra pista, certo?
Claro que não. Comprei o carro e pra minha surpresa o vendedor agiu de má fé e me entregou o carro com muitos problemas e muito diferente de tudo que ele me falava no anúncio. É aí que toda história começa.
O tão sonhado VTS turbo acaba virando pesadelo: carro falhando, luzes piscando, elétrica estranha, injeção dando erros. Mas vou desanimar? Jamais! Então como vou arrumar isso? Vale a pena? Quem vai fazer? Onde vou fazer? É isso que contarei no próximo post — toda a história de amor e ódio da “re-preparação” do VTS turbo e feita por mim somente com a cara e a coragem. Até lá!
Por Renan da Silva, Project Cars #227