Meu nome é Leonardo Perez, tenho 32 anos, sou de Brasília e eis o meu projeto, um Corsa totalmente voltado para Track Days, equipado com um motor Spiess de Fórmula 3.
Que coisa de louco! Bem, tudo tem um motivo e vou contar os meus:
Iniciei minha caminhada nos Track Days por acaso em 2010, me chamaram pra andar com uma Marea preparada q eu tinha. Nunca tinha ouvido falar que poderia botar meu carro no circuito e resolvi experimentar.
Foi paixão a primeira vista!
De lá pra cá andei em diversos carros como um BMW M3 E46, um Honda Civic SI, Chevrolet Cruze, VW Saveiro TSI e pensei então que seria melhor ter um carro dedicado às pistas, pois caso eu tivesse qualquer problema não precisaria me preocupar em como ir pro trabalho na segunda-feira. Teria de ser algo barato para comprar e manter, independente do investimento em motor, freios e etc.
Outro fator importante de ter um carro exclusivo de pista seria ter um bom nível de preparação de suspensão sem me preocupar com altura, conforto e essas outras bobagens de carros de rua. Acompanhei o projeto de um amigo, Gustavo “Jakka”, Corsinha aspirado beirando seus 300 cv, bem nos moldes do que eu queria.
O Corsa é um carro leve, com peças baratas e de fáceis de achar, além disso o carrinho é muito usado nos campeonatos regionais de Marcas e Pilotos, tendo um bom desenvolvimento para pista disponível, e tudo isso fácil de achar em território nacional.
Coincidentemente o mesmo amigo estava vendendo um outro Corsa, já com um motor C20XE de Calibra adaptado, câmbio curto, freios de Astra, rodas leves, bancos San Marino e suspensão de Copa Corsa, montado pela 61Motorsports aqui em Brasília. Perfeito para começar a brincar, mas a gente sempre quer um veneninho a mais.
Peguei o carro já pensando em upgrades, e eis que pintou a oportunidade de comprar um motor de Fórmula 3 baseado no C20XE (Calibra e Vectra GSI), preparado na Alemanha , aspiradão com 266,3 cv, 25,5 mkgf, sistema de cárter seco e injeção inglesa MBE, prontinho pra espetar no meu Corsinha. Ouvi dizer que esse mesmo motor foi vice nas 12 Horas de Tarumã num protótipo. Sendo assim, ele deveria ser forte, confiável e exclusivo. Abracei!
Mas nada é tão simples. Fiz a compra do carro no final de 2012 e até a minha inscrição no FlatOut para o Project Cars ele ainda não havia ficado pronto. Diversos problemas quase me levaram a desistir, mas decidi continuar. O pior deles, onde quase joguei tudo pro alto e onde me apeguei demais ao carro, criando essa verdadeira relação de amor e ódio foi constatar que a rollcage do meu carro foi toda feita errada.
Eu era do tipo de cara que pagava pra fazer e esperava pegar aquilo pronto. Tive então de pesquisar, aprender e me envolver mais no projeto pra ter certeza que estava sendo bem executado. Acabei mandando cortar os canos todos pra fora e mandar fazer uma nova rollcage, nos moldes dos carros que correm o Regional de Marcas e Pilotos.
Com a nova gaiola precisei repintar o carro, então decidi mudar sua cor pra ver se mudava também a sorte. Escolhi o azul para homenagear meu falecido pai, que correu os 1000 km de Brasília em 1974 num Maverick azul:
Outro motivo foi a lembrança de uma justificativa dada pelo meu amigo Stefan, um cara que passou por diversos problemas em seu projeto e também resolveu mudar a cor do seu carro, um Fiesta Mk IV com swap para Duratec: “O branco espanta energia negativas, mas o azul as quebra.”
Os demais problemas deixarei para relatar nas cenas dos próximos capítulos… Estamos em fase final de projeto, caminhou bastante nos últimos meses e creio que devo fazer o shakedown do carro em breve. Grande abraço!!!
Por Leonardo Perez, Project Cars #12