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Zero a 300

Um novo Pagani V12 de pista, o fim do Toyota GR86 europeu, elétricos em alta em janeiro e mais!

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Pagani está preparando um novo supercarro V12

Esse é um ano incomum: fevereiro tem 29 dias e a Pagani está lançando um carro novo. E pelo jeito não é um Zonda especial, afinal, a fabricante divulgou uma imagem do carro ainda todo coberto por um pano, e sua silhueta não se parece com nada que ela produziu até agora.

No material divulgado como teaser, além do carro há uma série de vídeos em circuitos famosos como Imola, Catalunha, Monza e Yas Marina e, embora não haja muitos detalhes, ele é embalado pela “música” de um V12 girador e barulhento como há muito não se ouve. A Pagani não confirmou que o motor será um V12, mas depois desse vídeo seria a maior decepção da história se uma marca que sempre usou V12 simplesmente “dublar” o motor por questões de marketing, não?

 

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Quanto ao carro, a Pagani tem um jeito diferente de fazer as coisas. O Huayra substituiu o Zonda, mas o Zonda continuou usado como base para projetos especiais personalizados. Contudo, um flagra aponta que o carro pode ser baseado no Utopia, o terceiro modelo da marca, porém com uma traseira alongada que, certamente, é parte do tratamento especial que o carro recebeu para as pistas.

O que intriga é que o motor V12 soa alto demais para um biturbo de 6.700 rpm como o usado pelo Utopia. Será que a Pagani juntou tudo num carro só, combinando o V12 aspirado do Zonda com o projeto do Utopia? Bem, vamos descobrir mais ainda hoje, quando a marca disse que irá divulgar mais detalhes.

 

Audi estende produção do R8 e não irá desistir das super-peruas

Loucos tempos, estes em que estamos vivendo. Por muito tempo fomos ensinados que o mercado funciona pelo equilíbrio da oferta e da demanda, mas nestes tempos loucos essa lógica não funciona mais. Veja só: a Audi anunciou no ano passado que iria encerrar a produção do R8 e do TT. O TT até que não tinha mais razão de ser, com os hot hatches chegando aos 450 cv, entregando o mesmo nível de desempenho e mais versatilidade. Mas o R8… esse é o carro que fez a Audi ser uma fabricante de supercarros, algo que ela poderia ter sido nos anos 1940, mas que só aconteceu no finalzinho dos anos 2000. Será mesmo que não havia demanda para uma nova geração? Especialmente considerando a relação da Audi com a Lamborghini?

Talvez houvesse sim. E uma evidência disso é a extensão da produção do R8 para 2024, quase 18 meses depois do anúncio do fim. A versão derradeira, de despedida, o R8 GT RWD, foi anunciada em outubro de 2022. O carro foi produzido ao longo de 2023 inteiro e agora terá sua produção estendida até março deste ano, porque a demanda foi maior do que a esperada. Nos EUA, por exemplo, o volume de vendas dobrou em relação a 2022 — os números do restante do mundo vão ser divulgados em abril.

É claro que esse pequeno boom de vendas pode ser justamente o resultado do anúncio do fim do carro, especialmente sendo o último esportivo V10 de tração traseira do mercado, ao lado do Lamborghini Huracán. Mas também pode ser uma evidência de que há demanda por esse tipo de carro se a Audi eventualmente fizer um sucessor para ele. A questão, nesse caso, seria “como fazer?”

Porque, você sabe, são tempos loucos em que a demanda precisa ser induzida. Por isso, a Audi irá parar de fazer o R8 GT porque em seu lugar (físico, não posicionamento na linha) será construído o RS E-Tron GT, que tem feito um grande sucesso e vende mais que o R8, porém é um carro de quatro lugares, com quatro portas e porta-malas e, portanto, não se compara diretamente.

Por outro lado, a demanda por super-peruas parece ser suficiente para garantir a permanência desses carros — especialmente porque elas compartilham a produção com modelos mais mundanos, que ajudam a viabilizá-las. Durante o lançamento da RS6 Avant GT, o diretor técnico do projeto, Nills Fischer, foi questionado pela imprensa americana se teríamos mais peruas de alto desempenho no futuro e a resposta foi positiva: “Sim. Certamente teremos”.

E mais: ao menos a próxima geração da RS6 irá manter o motor de combustão interna, porém terá outro nome. A Audi deverá transformar os esportivos da linha A6 na futura linha A7, enquanto os modelos A6 serão puramente elétricos.

 

Toyota GR86 e Subaru BRZ serão encerrados na Europa

A dupla de esportivos mais interessante dos últimos 10 anos deixará de ser vendida na Europa a partir de 2025. Foi baixa demanda? Não. O problema é que a Europa tem uma nova regulamentação de segurança que exigirá um novo projeto para o carro, que já teve seu desenvolvimento dividido entre as duas marcas para viabilizar sua realização. Portanto, em vez de fazer um carro novo e correr o risco de amargar um prejuízo, a Toyota e a Subaru decidiram simplesmente parar de vendê-lo na Europa.

Legislação de segurança é algo costumeiramente positivo. Foi o que levou as fabricantes a adotarem ABS e airbags e controles que eventualmente salvam vidas em casos de acidente. Mas, como já falamos em outras ocasiões, o negócio está indo longe demais a ponto de encarecer os automóveis. E quando eles ficam caros, a gente usa carros usados mais antigos — e menos seguros — ou motos.

A nova legislação de segurança da União Europeia é conhecida pela sigla GRS2, e será aplicada a todos os carros, vans, caminhões e ônibus fabricados a partir de julho de 2024. São mais de 100 regras que variam de acordo com a categoria do veículo, das quais 25 são completamente novas.

Entre estas 25, estão itens como o “Event Data Recorder”, também conhecido como “caixa preta”, que irá registrar os dados dos carros nos cinco segundos anteriores à colisão e 0,3 segundo após o impacto para analisar a velocidade do carro, acionamento dos freios, posição do carro e como os sistemas de segurança atuaram. E tem mais: dentre os sistemas de segurança está o sistema de ligação de emergência, conhecido como eCall, obrigatório nos carros europeus desde 2018.

Embora seja algo positivo à primeira vista, pois a caixa preta poderá ser usada como nos acidentes aeronáuticos, onde se aprende com as falhas para se obter mais segurança, ela pode trazer problemas para as fabricantes em caso de falhas de sistemas em acidentes. E riscos são sempre contabilizados e cobrados do cliente de alguma forma. O resultado, você já sabe qual será: carros mais caros. Ou carros fora de linha, como o Toyobaru.

É claro que uma vida salva não tem preço, mas algo impossível de se obter também não. Qual será o limite da segurança obrigatória nos carros, uma vez que é impossível impedir que humanos morram? Vamos mitigar todas as causas de acidentes fatais até restar somente as causas sobre as quais não temos controle? É algo a se pensar nessa busca pela utopia da letalidade-zero.

 

Elétricos e híbridos foram 8% do mercado de carros novos no Brasil em janeiro

Todo mundo está vendo: as ruas brasileiras têm muito mais carros elétricos do que há um ano. Celebrados, amados e odiados, eles já representam uma porção significativa do mercado de carros novos, com uma fatia de quase 10%. Foi rápido? Foi. Significa que os elétricos vieram pra ficar e vão substituir os carros convencionais rapidamente até mesmo no Brasil? Bem… isso já é outra história.

Não vou me aprofundar aqui, pois isso merece uma matéria mais extensa e com análise mais detalhada dos dados, mas é importante considerar dois fatores nesse “boom” dos elétricos. O primeiro é a isenção do imposto de importação, que baixou o custo e, consequentemente, o preço dos carros. Isso permitiu que carros elétricos de baixo custo chegassem ao Brasil a preços competitivos. O imposto, contudo, já voltou a incidir em janeiro deste ano, primeiro com alíquota de 10%. Em julho sobe para 18%. Em 2025 chegará a 25% e em 2026 voltará aos 35%.

O outro fator é que eles conquistaram esta participação com isenções em um mercado encolhido e encarecido, que está em crise há 10 anos, na prática, e que quase se recuperou quando a pandemia chegou e manteve tudo como estava. Em 2023 foram vendidos cerca de 2.100.000 carros e comerciais leves — em 2012, o recorde absoluto, foram 3.600.000 carros e comerciais leves.

Dito isso, o recordista de vendas no Brasil entre os carros eletrificados (elétricos e híbridos), é o BYD Dolphin, com 1.820 unidades vendidas em janeiro de 2024 — um volume de vendas que o coloca na 30ª posição geral no mês. Depois dele vêm os híbridos Haval H6 com 1.619 unidades vendidas e o BYD Song Plus com 1.520 unidades vendidas, seguidos pelo Corolla Cross híbrido (995 unidades). O top 5 é completado pelo GWM Ora, bem abaixo, com 696 unidades vendidas em janeiro.

Como comparação, as 1.820 unidades do BYD Dolphin correspondem a metade das vendas da Volkswagen Saveiro, o décimo carro mais vendido no Brasil e 1/4 das vendas da líder do mercado, a Fiat Strada, que vendeu apenas 8.022 unidades no mês — mais uma evidência dos tempos incomuns do nosso mercado.

Ainda assim, o desempenho dos elétricos é expressivo: eles superaram grandes apostas como o medíocre Honda Civic hatch e o equivocado Volkswagen Taos em suas respectivas categorias. Resta saber como será a concorrência quando ela for mais equilibrada pelo retorno do imposto de importação ou pela nacionalização dos elétricos.