Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!
Esportivos em alta em 2023
Vejam só que coisa… podem até dizer que a gente tem uma certa predileção por carros esportivos tradicionais sobre os esportivos elétricos só por que nos chamamos FlatOut. O que não dá para contestar são alguns dados recentes do mercado ao longo de 2023, que mostraram um aumento na venda de esportivos embalados pela combustão interna.
O Audi R8 foi um deles. Apesar de ter sido encerrado pela Audi, o esportivo viu suas vendas aumentarem mais de 100% neste último ano do modelo. Embora os números da Europa ainda não tenham sido apurados, nos EUA foram vendidos 631 R8 em 2023, ante apenas 314 unidades em 2022. O número é o terceiro melhor ao lado de 2021, que viu 649 unidades, e atrás dos dois primeiros anos da atual geração, 2017 e 2018, com uma média de 800 unidades/ano.
Outro modelo que se saiu bem foi o Mazda Miata. Foram quase 9.000 unidades só nos EUA, um aumento de 45,4% em relação ao ano anterior. Se considerarmos apenas o modelo com o teto de tecido, o aumento foi de 78% em relação a 2022. Parece um número modesto para um mercado como os EUA, que já chegou a comprar mais de 20.000 Miatas por ano nos anos 1990 — quando o mercado era menor —, mas estamos falando de um roadster nada gadgetizado e com oito anos de estrada.
Falando em “anos de estrada”, veja só a estatística do Nissan GT-R para 2023: foram vendidos nada menos que 390 exemplares do veterano só nos EUA. Um aumento anedótico de 584% em relação a 2022, ano em que foram vendidos apenas 57 exemplares do GT-R. É possível que o aumento da demanda pelo carro tenha relação com o facelift do início do ano passado? É possível sim.
Mas eu suspeito que resistir à passagem do tempo tenha recontextualizado o Nissan GT-R. Ele chegou em outra era, fazendo o mesmo que um Porsche 911 Turbo, porém custando o preço de um Carrera 2 básico, envelheceu, ficou caro, perdeu competitividade, mas se manteve sempre o mesmo enquanto o mundo girou. E esses giros do mundo fizeram um carro que, outrora, foi considerado pesado demais com seus mais de 1.800 kg (que a Nissan tentou transformar em vantagem dinâmica…), agora é o padrão de todo esportivo. Um BMW M2, por exemplo, pesa 1.750 kg, enquanto o GT-R 2023 pesa 1.746 kg.
Some isso ao conjunto Nismo na versão T-Spec (rodas, suspensão e freios de carbono-cerâmica) e você tem um novo velho esportivo se tornando interessante de novo. Se o desempenho se repetir em 2024, por que não manter o carro como está até decidir como será seu sucessor, não é mesmo, Nissan?
O sedã mais rápido de Nürburgring será um… Porsche elétrico?
Lembra quando a barreira dos 7 minutos era um objetivo quase impossível em Nürburgring? Pois agora os carros elétricos estão chegando perto dela. Depois do Rimac Nevera completar a volta em 7:05,298, o Porsche Taycan também encostou na marca com nada menos que 7:07,550.
O Porsche Taycan em questão ainda é uma unidade pré-série, porque trata-se da nova versão super-esportiva do modelo (pense em um GT do Taycan). Se a Porsche está divulgando o número, é bem provável que esta nova variante tenha o mesmo desempenho em sua versão de série. E ela destroçou o recorde não apenas do Tesla Model S Plaid, mas também do Taycan Turbo S.
O Tesla Model S Plaid havia conquistado o recorde de sedã elétrico mais rápido no circuito com 7:25,231, um ano depois de o Porsche Taycan Turbo S completar a volta em 7:33. Contudo, o recorde do Tesla é questionável pois o carro não é homologado para as ruas europeias na configuração do recorde.
A surpresa deste recorde, contudo, é que o futuro “Taycan Turbo GT” também superou o tempo do Mercedes-AMG GT63 S, até hoje o sedã mais rápido no circuito, com 7:23,009. O Taycan, por ser pré-série e ter gaiola e bancos concha, também pode ter seu tempo questionado — é preciso ver se a gaiola está sobre buchas elásticas, para não interferir na rigidez do carro e se os bancos serão oferecidos como opcional (o que é provável, considerando ser um modelo GT).
Contudo, é pouco provável que a versão de série seja 16 segundos mais lenta, a ponto de não conseguir superar o Mercedes-AMG GT 63S. Um sedã elétrico feito pela Porsche (não é uma composição muito louca?), portanto, pode ser o novo sedã mais rápido de Nürburgring.
A Porsche disse que irá revelar o vídeo da volta em meados de março, provavelmente juntamente de novas informações deste super-Taycan.
O Manhart mais potente da história
A BMW está prestes a aposentar o M5 F90, mas a Manhart ainda está com sua atenção voltada ao modelo 100% a gasolina a ponto de usá-lo como base para o seu modelo mais potente já feito, o MH5 900. O carro tem quase 930 cv produzidos pelo tratamento especial dado pela preparadora ao V8. Tão especial que ele terá apenas cinco unidades produzidas.
O V8 de 4,4 litros recebeu um coletor de admissão de fibra de carbono, novos turbos, um novo intercooler Wagner Tuning, pistões Carillo e bielas reforçadas. Combinando o novo hardware a um novo software é que se atinge a potência de 928 cv e o torque de 126,2 kgfm.
Além dessas modificações, também foram instalados um sistema de escape de aço inoxidável com menos restrição de fluxo, molas KW e pinças de freio pintadas de azul, já que os freios de carbono-cerâmica da BMW dão conta do recado mesmo com quase 50% mais potência.
Que tal um GT-R off-road?
Se me falassem em esportivos off-roaders, eu pensaria no Porsche 959 antes de pensar em um Nissan GT-R R32, como fez o YouTuber Adam LZ. Ele transformou o modelo, que fez fama mesmo ao dominar o asfalto de Nürburgring, em um carro para ser usado fora do asfalto, com suspensão elevada e outras benfeitorias lameiras.
Tudo começou com um monobloco abandonado, sem motor, o ponto de partida ideal para projetos menos ortodoxos e mais desapegados. O processo, segundo o YouTuber, levou menos de três semanas — um prazo que me deixa um tanto cético, pra dizer a verdade —, e acabou muito parecido com o Safari Rally Z Tribute.
Com a suspensão elevada para maior curso e também maior vão livre, o carro pôde ser equipado com pneus off-road 215/65 R17. E como o GT-R não tem calhas no teto para apoiar o rack com os faróis auxiliares, ele acabou embutido no monobloco. Para finalizar, o carro foi envelopado de verde oliva e recebeu para-barros do WRX para dar aquele toque ralizeiro ao carro.
Agora… se você está se perguntando sobre o motor, trata-se de um RB26 com um turbo Garrett GTX3576 com 507 cv nas rodas.