Meu nome é Helvio Bertolucci, moro em Goiânia, tenho 35 anos e sou o feliz proprietário de um Alfa Romeo 156 2.0 Rosso Proteo. Quem conta a lembrança mais antiga da minha paixão por carros é a minha mãe. Ela diz que aos quatro anos parei em frente de uma banca de revistas e pedi uma Quatro Rodas. Essa paixão norteou toda a minha formação acadêmica e profissional. Me formei Técnico em Mecânica e depois Engenheiro Mecatrônico. Hoje trabalho com Instrutor Profissional do SENAI, na área de Manutenção Automotiva.
Todo carro que tive, havia uma associação com uma versão de pista. Primeiro foi um Opala Comodoro 1982 que para mim era um Stock Car mesmo sendo 4 cilindros, depois veio um Escort XR-3 1994 que comprei porque era fã do Escort RS Cosworth no Mundial de Rally e por fim um Vectra CD, na versão A, que apesar do seu jeito careta, tinha ganhado o BTCC (British Touring Car Championship) em 1995.
Mas aonde entra a Alfa Romeo? Bem, em setembro de 1992 a Quatro Rodas deu uma nota sobre o estado de saúde do Alessandro Nanini que sofrera um acidente de helicóptero no final de 1990. Para ilustrar, a revista publicou a foto de um Alfa Romeo 155 GTA que o Nanini pilotava naquele ano. A imagem daquele carro vermelho soltando fogo pelo escapamento me impressionou e marcou para sempre.
Alguns anos depois a extinta TV Manchete passou a exibir compactos das corridas do DTM (Campeonato Alemão de Turismo). Passei a acompanhar a luta da Alfa Romeo contra o esquadrão “Panzer” formado por Mercedes-Benz e Opel. Pronto, a visão daqueles Alfa 155 V6 Ti fez com que eu sempre associasse a Alfa Romeo a carros com pedigree de corrida.
Aos 18 anos, comecei a freqüentar um curso pré-vestibular que ficava a uma quadra da concessionária Alfa Romeo daqui de Goiânia e todo dia passava na porta para namorar uma 164 24V preta que se destacava no showroom, até que um dia… surgiu na vitrine da loja o grande lançamento da Alfa Romeo naquele ano: o Alfa 156, e neste momento ele se tornou um objetivo de vida.
Pensei comigo: iria passar no vestibular, me tornaria engenheiro, arrumaria um bom emprego e então aquele seria o meu carro. Mal sabia que passar no vestibular foi só o primeiro passo de uma longa caminhada até a compra do carro. Mas no meio desse caminho, o Alfa 156 surgiu novamente e de uma maneira muito especial.
Estudando engenharia e apaixonado por automobilismo, procurava de qualquer maneira uma oportunidade nesse meio e um dia achei. Consegui um estágio na equipe Tekprom / Murilo Pilotto Racing no Campeonato Brasileiro de Endurance e Copa Clio. Foi um sonho realizado. Trabalhar em máquinas como as Ferrari F355 Challenge e 360 N-GT era demais.
Em 2005 a equipe resolveu fazer alguns ajustes e o maior deles foi de não ter mais dois carros na mesma divisão. Então para o lugar da Ferrari 360 N-GT veio uma poderosa Ferrari 550 GT preparada pela Italtecnica e para a dupla de pilotos da Ferrari F355 Challenge veio um Alfa Romeo 156 que competia no WTCC (Mundial de Carros de Turismo). Pronto, olha ela de novo e logo numa pista de corrida. Essa experiência com a Alfa nas pistas foi coroada numa vitoria na categoria WSTT das Mil Milhas de 2006.
Mas a necessidade de dedicar mais aos estudos fez com que eu me afastasse das corridas e para não ficar desligado com o mundo Alfasti, encontrei o Alfa Romeo BR na internet. Foram anos acompanhando problemas e soluções de vários casos, dicas de manutenção e de como avaliar uma boa compra.
Sempre soube que a Alfa não seria o meu carro de uso diário, então ao quitar as prestações de um GM Classic decidi que era hora de buscar a minha 156. Foi então que surgiu a “Ruiva”, sobre a qual falarei no próximo texto.
Abraços a todos!
Por Helvio Bertolucci, Project Cars #2
[ Fotos: Quatro Rodas, Tekprom ]