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Volkswagen Taos é lançado com preço a partir de R$ 154.990 – como ele se compara aos rivais?

Na briga dos SUVs médios, o Jeep Compass é rei. E agora ele tem dois rivais à altura: o Corolla Cross, que já vem fazendo mais sucesso que o próprio Corolla sedã; e o Taos, que finalmente foi lançado nesta quinta-feira (27).

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Sua missão é combater o Compass, que já era bem resolvido e agora ficou praticamente irresistível com o novo motor 1.3 turbo T270; e segurar a onda do Corolla Cross, que oferece tudo o que o sedã tem em uma embalagem muito mais adequada à paisagem atual da indústria e do mercado.

Para isso, a Volkswagen foi extremamente cuidadosa e escolheu a dedo diferenciais que, bem, realmente fazem diferença. Porque, conceitualmente e fisicamente, o Taos está alinhado com os rivais. Só que ele também tem alguns truques na manga, e eles nem estão escondidos.

Antes dos preços, versões e equipamentos (e dos truques), vamos relembrar o visual do novo SUV. Isso porque, por fora, o Taos não traz nada que já não tenhamos visto – e não porque ele se parece com outros VW, mas porque já conhecemos sua cara desde outubro passado, quando a Volks revelou imagens oficiais do Taos por fora e por dentro.

Na verdade, é bem o contrário: o Taos tem uma identidade visual forte, com um conjunto frontal de personalidade e diversos elementos que o afastam do T-Cross e do Tigual Allspace. O Taos, aliás, fica exatamente no meio desses dois em uma série de aspectos, do tamanho ao preço.

O Juliano Barata esteve na apresentação estática do Taos, há três meses (veja acima), e já deu belo tour pelas características externas e internas do T-Cross. Na época, ainda não tínhamos alguns detalhes sobre preços, versões e equipamentos – foram divulgados hoje – mas já deu para sacar que a VW se empenhou de verdade.

A dianteira, adornada pelo novo emblema da Volkswagen, tem faróis com forma de trapézio invertido e uma grade bem avantajada, com tela do tipo colméia. Abaixo dela há um grande aplique em formato de “X” com acabamento preto brilhante e uma grande entrada de ar no para-choque dianteiro – que também tem um “peito de aço” (que não é de aço, e tem função apenas decorativa) com acabamento prateado.

As caixas de roda, diferentemente do T-Cross e do Tiguan, são mais retilíneas, o que remete ao próprio Jeep Compass, e as saias laterais escurecidas ajudam a tornar a lateral mais esguia – sensação que é amplificada pelo acabamento em dois tons. A traseira, em contraste, adota um estilo mais contido, com lanternas horizontais e a placa na tampa do porta-malas. Como o Juliano diz na apresentação, o arrojo da dianteira e das laterais te faz esperar algo mais agressivo também na traseira, mas a Volks preferiu ser mais conservadora.

O interior do Taos também acompanha a filosofia mais atual da Volkswagen, já presente no Polo e no T-Cross, por exemplo. A arquitetura do painel é muito parecida, com quadro de instrumentos digital e a tela da central multimídia logo ao lado, dando a ideia de continuidade, enquanto as saídas do ar-condicionado ficam logo abaixo do sistema de infotainment. Em termos de design, é algo bem diferente do que se vê no Tiguan, que ainda traz o estilo anterior da Volkswagen, com as saídas de ar acima da tela e um console central mais vertical.

A semelhança com o T-Cross, porém, é apenas na disposição dos elementos. No Taos, obviamente, tudo é mais refinado, com materiais de melhor qualidade e mais agradáveis ao toque (afinal todo mundo fica passando as mãos pelo painel e pelas portas o tempo todo, não é?) e a qualidade de construção conhecida da Volkswagen se fazendo presente. Além disso, a percepção de qualidade e tecnologia recebeu especial atenção, com o volante do Golf Mk8, a tela de 10,1 polegadas com alta resolução para a central multimídia e, na versão mais caras, painel digital Active Info Display com 10,25 polegadas (são 8 polegadas no Comfortline) e iluminação ambiente com cores selecionáveis.

Já que mencionamos as versões, vamos a elas. Importado da Argentina, o Volkswagen Taos será vendido nas versões Comfortline, de R$ 154.990, e Highline, de R$ 181.790. Neste primeiro momento, também há a versão Launching Edition, já tradicional nas novidades da Volks, que custa R$ 191.060.

Em equipamentos, a Volkswagen foi até generosa mesmo com a versão de entrada. O Taos Comfortline vem de série com ar-condicionado dual zone com saídas para o banco traseiro, carregador de celular por indução, direção com assistência elétrica, cruise control, sensor de chuva, sensor crepuscular e painel digital com tela de 8 polegadas. E ele também já conta com a central multimídia VW Play de 10,1 polegadas com Apple CarPlay (sem fio) e Android Auto (pelo cabo USB, algo que pode e deve ser resolvido com uma atualização de software), rodas de 18 polegadas, seis airbags, hill-holder, câmera de ré, controles eletrônicos de estabilidade e tração e detector de fadiga.

Além disso, estão presentes retrovisor interno fotocrômico, retrovisores com ajustes elétricos e tilt-down automático, monitoramento de pressão dos pneus, lanternas traseiras de LED, porta-lugas refrigerado, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, chave presencial, start-stop, três portas USB tipo C no interior, tomada 12V no porta-malas e frenagem automática pós-colisão. Na versão Comfortline, o rack de teto é preto.

Como opcionais, o Taos Comfortline tem o Pacote Conforto (R$ 5.420), com bancos de couro sintético e, para o motorista, banco com aquecimento, regulagem elétrica e ajuste lombar. O Pacote Segurança (R$ 4.790) acrescenta cruise control adaptativo e frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres.

Para justificar os quase R$ 27.000 a mais que o Comfortline, o Taos Highline inclui de série todos os equipamentos do mesmo, mais os pacotes Conforto e Segurança. O diferencial fica pelos faróis IQ Light com sistema automático de ajuste e anti-ofuscamento, iluminação ambiente com seletor de cores pela central multimídia, painel com tela de 10,25 polegadas, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, sistema de som com oito alto-falantes, seletor de modos de condução e retrovisores com aquecimento. O rack de teto do Taos Highline é pintado na cor prata, e as rodas de 18 polegadas têm desenho exclusivo. Seu único opcional é o teto solar panorâmico, que custa R$ 5.520.

A edição de lançamento é baseada no Taos Highline. Por R$ 191.060, o Taos Launching Edition vem na cor Bege Mohave com teto e coluna “A” em preto brilhante, rodas e espelhos com acabamento escurecido, som Beats e teto solar panorâmico de série.

Ambas as versões do Volkswagen Taos têm o mesmo conjunto mecânico: o motor 1.4 TSI da Volkswagen, com 150 cv e 25,5 kgfm de torque, sempre ligado ao câmbio automático Aisin de seis marchas. É o bastante para ir de zero a 100 km/h em 9,3 segundos, com máxima de 194 km/h.

Naturalmente, o Volkswagen Taos usa a plataforma MQB da Volkswagen. Mais especificamente, a variação MQB A1, a mesma do Jetta, com eixo traseiro multilink e maior suporte a sistemas eletrônicos. Aqui, vale a observação já feita na apresentação há três meses: graças à suspensão traseira multilink, o Taos até poderia receber o sistema de tração integral 4 Motion, que junto do motor turbodiesel EA288, com 150 cv e 32,6 kgfm de torque. Com isso, ele teria um argumento ainda mais convincente contra o Jeep Compass.

Falaremos mais disso a seguir.

 

Como o Volkswagen Taos se compara aos rivais?

Já dissemos ali no início e vamos repetir: o Volkswagen Taos está entrando em um páreo duro. O Jeep Compass é o líder absoluto do segmento, com um pacote corretíssimo, apelo de marca e uma gama de versões bem ampla, que consegue arranhar os segmentos imediatamente abaixo e acima dele. O Corolla Cross tem a seu favor uma fidelidade absurda à marca, e a Toyota parece ter conseguido calcular perfeitamente a diferença que seus clientes estão dispostos a pagar para trocar o sedã pelo SUV.

Mas o Volkswagen Taos tem suas armas. E elas começam nas dimensões. Vamos lá:

Volkswagen Taos: 4,46 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,63 m de altura e entre-eixos de 2,68 m. Porta-malas de 498 litros.
Jeep Compass: 4,40 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,65 m de altura e entre-eixos de 2,64 m. Porta-malas de 410 litros.
Toyota Corolla Cross: 4,46 metros de comprimento, 1,82 m de largura, 1,62 m de altura e entre-eixos de 2,64 m. Porta-malas de 440 litros.

Nota-se que as dimensões externas dos veículos são parecidíssimas. Mas o Taos ganha de ambos no entre-eixos, com 4 cm a mais, e isso pode fazer diferença para os ocupantes, especialmente no banco traseiro. Além disso, é indiscutível a vantagem do Taos na capacidade do porta-malas sem rebater os bancos: quase 50 litros a mais que o Corolla Cross e quase 90 litros a mais que o Compass. Quando os donos dos três forem viajar com a família, quem tiver um Taos vai precisar se preocupar menos com o espaço para a bagagem.

Levando-se em conta os preços das versões, a motorização e os equipamentos, a escolha fica mais complexa. Para facilitar as coisas, vamos colocar o Taos, em suas duas versões, ao lado das alternativas mais próximas nas linhas do Compass e do Corolla Cross.

Partindo das versões puras, sem opcionais, temos R$ 154.990 pelo Taos Comfortline. Ele custa exatamente o mesmo que o Jeep Compass Longitude T270, que usa o novo motor 1.3 turbo da Stellantis e dispõe de excelentes 185 cv e 27,5 kgfm com etanol, também com câmbio automático de seis marchas. O conjunto caiu ainda melhor ao Compass que à Fiat Toro, com consumo de combustível mais eficiente (como o Juliano explica na avaliação em vídeo – confira abaixo!

As listas de equipamentos de ambos se equivalem em grande parte, com vantagens pontuais para o Taos: a tela do quadro de instrumentos tem 8” no VW contra 7” no Jeep Compass, e apenas o VW tem carregador por indução. Só o Compass, porém, oferece o teto solar como opcional.

No caso do Corolla Cross, o rival mais próximo para o VW Taos Comfortline é o XRE, versão mais cara com o motor 2.0 aspirado de 177 cv e 21,4 kgfm, que trabalha associado a um câmbio do tipo CVT. Custando R$ 153.690 (R$ 3.700 a mais que no lançamento em março), ele tem quase tudo o que o VW oferece, mas fica devendo faróis de LED (as luzes principais são halógenas), carregador por indução e painel totalmente digital – há apenas uma tela colorida de 4,2 polegadas junto dos mostradores analógicos. Vale lembrar que, em São Paulo, por conta da maior alíquota no ICMS, o Corolla Cross sai por R$ 159.190.

Se a comparação for com o Taos Highline, de R$ 181.790, o Compass mais próximo em preço é o Limited, também com motor T270, que custa R$ 176.990. É uma diferença de quase R$ 5.000, mas os equipamentos de ambos são, novamente, bem parecidos. O Compass Limited ganha painel digital de 10,25 polegadas (mesmas medidas do painel do Taos em ambas as versões), e tem vantagem nas rodas de 19 polegadas e na presença de um airbag a mais, para os joelhos do motorista – que o Taos não tem em nenhuma versão.

O curioso é que essa ligeira vantagem no preço não existe no Estado de São Paulo, onde Compass é mais caro: sai por R$ 182.878, pouco mais de R$ 1.000 a mais que o Taos Highline.

É aqui que podemos falar sobre a oportunidade perdida da Volkswagen – mas se o Taos oferecesse um powertrain turbodiesel na versão Highline, com sistema 4Motion, o Compass Limited com motor T350 também poderia ser um rival na faixa acima dos R$ 200.000. Mas as contas não fecharam, e no momento é extremamente improvável que exista um Taos turbodiesel.

O Corolla Cross que compete com o Taos Highline é a versão XRV, a mais barata com conjunto híbrido (formado pelo motor 1.8 mais um motor elétrico para entregar 122 cv), custando R$ 177.290 – ou R$ 183.950 em São Paulo. Além do powertrain mais econômico, ele está à altura do VW em equipamentos, incluindo alerta de ponto cego, farol alto automático, alerta de colisão com frenagem automática, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, alerta de tráfego cruzado e aviso de saída de faixa, que o Taos Highline também oferece.

Quem ficou indeciso terá tempo para pensar: o Volkswagen Taos começará a ser vendido em junho. A Volkswagen não manifestou a intenção de cobrar um valor mais caro em São Paulo.