A renovação da linha da Volkswagen continua. Depois do lançamento do Polo, que provavelmente é o hatchback mais moderno vendido pela marca no Brasil, chegou a vez do Virtus, seu sedã. Produzido na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo/SP, o Virtus começará a ser comercializado primeiro por aqui, e depois exportado para outros mercados. Ele chega com visual moderno, duas opções de motor e uma generosa lista de equipamentos – e mais alguns detalhes que vamos comentar ao longo deste texto. Vamos lá?
O Virtus repete o visual do Polo na dianteira, que de acordo com a Volkswagen é inspirada pelo sedã de luxo Arteon, o sucessor do CC. É possível ver que o Polo e o Virtus são iguais até a coluna “B” (a que fica logo após as portas dianteiras), incluindo todos os elementos estéticos da face frontal – como a grade bipartida, a boca mais larga e baixa na base do para-choque dianteiro, faróis e para-lamas.
A partir daí, as coisas mudam. Com a plataforma modular MQB, a VW conseguiu deixar o entre-eixos do Virtus 8,6 cm maior que no Polo, chegando a 2,65 metros – exatamente igual ao novo Jetta. Vale lembrar que a plataforma e a carroceria usam aços de alta e ultra-alta resistência, que ajudam o carro a ficar mais rígido e a manter seu peso mais baixo.
À esquerda, o Virtus; à direita, o Polo. As partes em laranja mostram onde a plataforma foi “esticada” no sedã
O comprimento total do Virtus é de 4,48 metros – 42,5 cm a mais que o Polo. O sedã também é 4 mm mais alto, com 1.468 mm de altura, e tem balanço traseiro 50% maior. Já a largura é a mesma, de 1.751 mm. O Virtus tem porta-malas de 521 litros, e a capacidade de carga pode aumentar com o rebatimento parcial ou total do banco traseiro.
A silhueta do Virtus segue a tendência dos outros sedãs da Volkswagen, com caimento suave do teto até a extremidade traseira. Esta tem lanternas largas, na forma de um trapézio invertido, semelhantes às do novo Jetta. No geral, o carro traz linhas e proporções bastante agradáveis do lado de fora – ainda que as mesmas não fossem exatamente novidade, visto que a Volks já havia liberado algumas imagens e informações.
O interior segue as linhas do Polo, com exatamente as mesmas características. O painel é igual, assim como os revestimentos das portas, o volante e as opções de instrumentação – analógica convencional ou, nas versões mais caras, o Active Info Display da VW, com uma tela digital de 10,25 polegadas e diversas configurações de instrumentação. As saídas de ar ficam abaixo do sistema de som, e o acabamento geral da cabine varia de acordo com a versão escolhida.
Uma novidade bacana do Virtus é a presença do IBM Watson, “manual cognitivo” com inteligência artificial da IBM Cloud. Trata-se de um aplicativo que interage a comandos de voz do motorista, que traz na memória todo o manual do proprietário do carro. Quando se tem alguma dúvida, é só perguntar ao Watson – literalmente. Por exemplo, no caso de um pneu furado, você pode perguntar “meu pneu furou, como faço para trocar?”, e o aplicativo te passa as instruções. E não há maneira correta de perguntar: o sistema Watson entende linguagem informal, como em uma conversa com um passageiro, e é capaz de entender diferentes sotaques, aprendendo com cada interação verbal. A VW não deixa claro, mas presumivelmente o IBM Watson estará disponível como opcional nas versões mais caras.
Também é possível, por exemplo, tirar uma foto de uma das luzes do painel e pedir para que o app lhe explique sua função
As versões, aliás, são três: MSI, Comfortline 200 e Highline 200. Na primeira, de entrada, o interior é cinza claro, com acabamento fosco, e os bancos são revestidos de tecido. Na intermediária Comfortline, a seção central do painel traz um inserto em preto brilhante, enquanto no Virtus Highline o acabamento é em cinza tungstênio, com molduras em preto brilhante para o painel de instrumentos e o sistema multimídia, enquanto os bancos podem ser revestidos de couro (sintético) cinza e preto.
Há duas opções de motor, ambas da família EA211. O primeiro, quatro-cilindros naturalmente aspirado de 1,6 litro (1.598 cm³), equipa o Virtus MSI. Com duplo comando de válvulas no cabeçote e quatro válvulas por cilindro, entrega 117 cv com etanol e 110 cv com gasolina, sempre a 5.750 rpm. O torque é de 16,5 mkgf (E) ou 15,8 mkgf (G), sempre a 4.000 rpm. Este motor só vem acoplado ao câmbio manual de cinco marchas.
Comfortline e Highline usam o 1.0 TSi, com três cilindros, 999 cm³ de deslocamento e turbo para entregar 128 cv (E) ou 115 cv (G), sempre a 5.500 rpm. O torque é de 20,4 kgfm com etanol ou gasolina, e está presente entre 2.000 e 3.500 rpm. No caso do motor turbo, o único câmbio disponível é o automático Tiptronic de seis marchas, com trocas manuais por aletas no volante.
O Polo 1.6 MSI vai de zero a 100 km/h em 9,8 segundos, com máxima de 195 km/h, enquanto o 1.0 TSi leva 9,9 segundos para atingir os 100 km/h e tem máxima de 194 km/h (dados com etanol). Sim, o desempenho dos carros é virtualmente idêntico com ambos os motores.
Preços e equipamentos
Virtus MSI
O VW Virtus parte de R$ 59.990, preço da versão MSI de entrada. A versão Comfortline parte de R$ 73.490, e a Highline começa em R$ 79.990 na versão Highline 200. Uma observação que devemos fazer: a diferença de preço em relação ao Polo é bem maior nas versões mais caras: enquanto o Virtus MSI custa R$ 5.000 a mais que o Polo MSI, o sedã Comfortline custa R$ 8.300 a mais que o hatch, no Highline a diferença chega a R$ 10.500.
Nesta faixa de preço, o Virtus vem para brigar com o Honda City (R$ 60.990 a R$ 81.400), o Ford New Fiesta sedã (R$ 66.000 a R$ 81.000) e também com as versões básica e intermediária do Chevrolet Cobalt (R$ 65.000 a R$ 72.000). Além disso, é importante lembrar que o Fiat Cronos, o sedã do Argo, está para chegar.
Virtus MSI
De série, o Virtus MSI vem equipado com direção elétrica, ar-condicionado, vidros elétricos nas quatro portas (com função um-toque nos dianteiros), travas elétricas, faróis de dupla parábola e chave canivete com controle remoto. Além disso, vem com computador de bordo, para-sóis iluminados para motorista e passageiro, tomada de 12V no console central, suporte para celular no painel com entrada USB para carregamento, regulagem de altura para o banco do motorista e rodas de 15 polegadas com calotas.
Os pacotes opcionais do Virtus MSI são dois. O primeiro, chamado “Connect” (R$ 2.950), inclui sistema de som Composition Touch com tela de 6,5 polegadas, I-System, volante multifuncional, sensores de estacionamento traseiros, controle de estabilidade ESC e rodas de liga leve de 15 polegadas modelo Scimitar, calçadas com pneus 196/60. O segundo é o pacote “Safety” que, apesar de ser chamado de “pacote”, vem apenas com o ESC e demais babás eletrônicas. A VW não informou o preço deste último, mas no Polo ele custa R$ 1.050.
Virtus Comfortline
O Virtus Comfortline vem com todos os equipamentos do MSI, mais banco traseiro bipartido, coluna de direção ajustável em altura e distância, ESC, faróis de neblina direcionais, central multimídia Composition Touch, rodas de liga de 15 polegadas, sensores de estacionamento traseiros, retrovisores externos com ajuste elétrico, descanso de braço dianteiro com porta-objetos, lanternas traseiras escurecidas e volante multifuncional.
Virtus Comfortline
Os pacotes de opcionais também são dois. O “Tech I” (R$ 2.200) vem com sistema “Kessy” de partida e abertura das portas sem chave, cruise control, sensores de estacionamento dianteiros, retrovisor interno eletrocrômico, volante multifuncional com aletas para troca de marchas, sensores crepuscular e de chuva, função coming/leaving home e rodas de 16 polegadas modelo “Nick”, com pneus 205/55. Já o pacote “Tech II” (R$ 3.500) inclui todos os itens do “Tech I”, mais indicador de pressão nos pneus, ar-condicionado digital Climatronic, porta-malas com redinha e divisória, porta-luvas refrigerado, revestimento de couro para o volante e detalhes em preto brilhante no habitáculo.
Virtus Highline
Por fim, o Virtus Highline vem de série com todos os equipamentos de série citados anteriormente, mais sitema Kessy, cruise control, ar-condicionado digital Climatronic, banco do passageiro dianteiro rebatível para a frente, descansa braço dianteiro com porta-objetos, , faróis de neblina com direcionais, luz diurna em LED ao lado dos faróis de neblina, rodas de liga leve de 16”, sobretapetes, volante multifuncional revestido de couro com aletas para trocas de marcha e detalhes em preto brilhante na cabine.
Virtus Highline
Como opcionais, o Virtus Highline oferece três pacotes. O primeiro traz revestimento de couro sintético Native (R$ 800). O segundo, chamado “Tech High” (R$ 3.300), inclui sensores de estacionamento dianteiro, sistema “RKA” de indicador de pressão dos pneus, porta-malas com divisória, antena “tubarão”, câmera de ré, detector de fadiga (que compara o comportamento do motorista com o início da viagem e, caso detecte alterações no padrão de condução, sugere uma parada para descanso), retrovisor eletrocrômico, função coming/leaving home, frenagem automática pós-colisão, sensores de chuva e crepuscular e sistema multimídia “Discover Media” de 8 polegadas. O terceiro pacote, “Technology” (R$ 1.200), traz todos os itens anteriores mais o painel Active Info Display e rodas de liga leve de 17 polegadas modelo “Razor”, com pneus 205/50.
Todas as versões do Virtus têm garantia de fábrica de três anos sem limite de quilometragem. As cores disponíveis são sete: Preto Ninja, Branco Cristal e Vermelho Tornado (sólidas); e Cinza Platinum, Azul Night, Prata Sirius e Prata Tungstênio (metálicas).