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Sessão da manhã

VW Golf R enfrenta o Audi RS3 Sportback na pista – mas qual é o hyper hatch mais rápido?

Ver marcas de um mesmo grupo compartilhando componentes como plataformas e motores não é novidade nenhuma — fabricantes já fazem isto há décadas, ajudando a reduzir custos — e também a confundir os entusiastas com tantas opções. É assim com o VW Golf R e o Audi RS3: ambos são parentes bem próximos — usam a plataforma modular MQB, motores turbinados e tração integral —, mas o coração é diferente: enquanto o Golf é movido por um 2.0 TSI de 300 cv, o Audi RS3 traz um cinco-cilindros de 2,5 litros que, também turbinado, entrega 372 cv.

A lógica diz que o RS3 deverá ser mais veloz — afinal, são 72 cv a mais, dinâmica mais afiada e, como o adversário, tração integral. Tanto o RS3 quanto o Golf R podem ser considerados o sonho de todo fã de hot hatches, na verdade. Dá para chamá-los de hyper hatches.

Diante do dilema, os caras da revista Evo decidiram levar os dois para o Bedford Autodrome, no Reino Unido, para responder à pergunta: será que o Golf é páreo para o Audi RS3? O vídeo abaixo traz a resposta, e nós não vamos dar spoilers até você assistir.

O motor do Golf R pertence à mesma família daquele encontrado no “nosso” GTI, a EA888. Só que ele foi todo redimensionado para render 72 cv a mais (são 300 cv a 5.400 rpm e 38,7 mkgf entre 1.800 e 5.500 rpm). A tração integral com diferencial traseiro Haldex, enquanto a transmissão é a DSG de dupla embreagem e sete marchas. Qualquer um que já tenha dirigido um GTI no limite sabe que trata-se de um dos hatches de tração dianteira mais bem acertados da atualidade.

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Com mais potência e tração integral adicionados à conta, o resultado é um carro brilhante — e capaz de chegar aos 100 km/h em 4,5 segundos com velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h.

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O Audi RS3 pode ser considerado um Golf mais refinado e potente: a plataforma é a mesma, a MQB. As dimensões são parecidíssimas: o Golf é 2 cm mais alto, 0,25 cm mais estreito, 6,6 cm mais curto e tem entre-eixos 2 cm menor, o câmbio também tem dupla embreagem e sete marchas e, com um cilindro a mais, o 2.5 TFSI entrega 372 cv a 6.800 rpm e 47,4 mkgf de torque a baixíssimas 1.625 rpm, mantendo o pico até 5.550 rpm.

Ele é capaz de chegar aos 100 km/h em 4,3 segundos, e a velocidade máxima também é limitada a 250 km/h. Além disso, a ideia de ter 100% da força do motor nas rodas traseiras quando necessário/desejado — truque que também está presente no VW — é bastante sedutora.

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Mas é na prática que se desmonta teorias e, antes de levar os dois para a volta cronometrada, o apresentador Dan Prosser resolve dar umas voltas sem a pressão do relógio. Nada de medir tempos, apenas sentir o carro. Ele comenta que, na estrada, sem dúvida o Golf é o mais divertido. Como ambos compartilham a plataforma, acabam parecidos, claro. Mas o Golf passa mais confiança na hora de acelerar e fazer curvas — o acelerador parece mais responsivo e a direção, mais direta.

A traseira não desliza naturalmente quando você afunda o pé no meio de uma curva, mas a firmeza da trajetória surpreende. Prosser descreve o Golf R como “um carro de tração dianteira com aderência infinita”, e diz que só consegue fazer o eixo traseiro desgarrar se tentar de verdade. E, ainda assim, o carro se comporta como você o estivesse forçando a fazer algo que não queria.

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No Audi, a situação é bem parecida — na verdade, o jornalista fica até meio decepcionado. É claro que se trata de um carro fantástico, potente e, por pertencer a um segmento superior, tem uma cabine mais refinada e confortável. Contudo, o motor não reage com o mesmo vigor — parece que há uma pequena “pausa”. Sobre o eixo traseiro capaz de receber até 100% do torque: não espere dinâmica de tração traseira o tempo todo: a tração só vai toda para o eixo traseiro quando é necessário – situações de subesterço, por exemplo.

E há a questão do peso: apesar dos 72 cv a mais, o Audi RS3 também é 100 kg mais gordo. Além disso, com entre-eixos mais curto, o Golf R sofre menos com a inércia polare, consequentemente, muda de direção mais rápido. Isto cobra seu preço em traçado cheio de curvas do Bedford Autodrome: o Golf R vira 1:26,1 e o Audi, 1:26,6 — uma diferença de meio segundo. Não foi um massacre, claro, mas surpreendeu – considerando que, na Europa, o RS3 custa cerca de €10 mil mais caro, ou por volta de R$ 38 mil.

Além disso, o Golf R foi mais rápido neste circuito. Em um traçado com mais retas e curvas longas (onde liberar a aderência do eixo dianteiro faria mais diferença), é seguro apostar que o Audi RS3 levaria vantagem.

Por outro lado, estes são carros feitos para as ruas — que é onde a maioria dos exemplares passa boa parte de suas vidas. Cá entre nós: qual dos dois você escolheria?